A mãe e a avó de Juliana levaram um susto quando policiais bateram à sua porta no início da manhã desse sábado (22). Antes mesmo que a família e os policiais trocassem as primeiras palavras, Juliana saltou da viatura e adentrou rapidamente a porta para alertar sobre a presença dos novos amigos que fizera em uma verdadeira aventura. Afinal, ela só tem quatro anos.
Os soldados Cardoso e Paulino estavam com a viatura estacionada em ponto estratégico da Avenida Dante de Oliveira, antiga Avenida dos Trabalhadores, quando populares chegaram com a menina. Ela estava desacompanhada.
Ao tentar descobrir mais detalhes com a criança, notaram, Juliana não ouvia, nem falava. Mas a comunicação fluiu tranquilamente.
“Ela só tinha um foco: pegou na minha mão e me levou até a frente de uma loja de brinquedos. Ficou apontando um kit de bonecas”.
A dona da loja já havia notado a presença dela, observando os brinquedos. Foi então que os policiais a colocaram dentro da viatura e começaram a percorrer o entorno da loja, perguntando a todos que encontravam se eles a conheciam.
“Aí a reconheceram e indicaram onde ficava sua casa. Quando a mãe a avó se deram conta do que tinha acontecido, choraram, ficaram nervosas, mas depois tudo passou ao vê-la em segurança”.
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O soldado conta que a menina acordou antes de todos, abriu a porta, o portão e andou cerca de 400 metros, atravessando ruas, até chegar à loja de brinquedos.
Passado o susto, o soldado Cardoso, que é pai de três filhos, teve a iniciativa de pedir ajuda via redes sociais para comprar o kit que a menina o mostrou.
“Veja só como é o alcance da internet. De tarde já estávamos de volta à casa dela com muito mais que o kit. Conseguimos arrecadar R$ 300,00, que foram direcionados ao sonho dela”. E sim, os presentes se estenderam aos primos dela.
“Nós agradecemos aos militares e à comunidade que colaboraram com essa doação. Afinal, sorriso de criança não tem preço”, disse o soldado.
E ele ressalta: “de maneira alguma podemos julgar essa família. Afinal, crianças podem nos surpreender. E foi justamente o caso. A Juliana está aprendendo a se comunicar por libras e a família já explicou que isso não pode acontecer de novo”. E claro, a segurança teve que ser reforçada.