O tratamento ideal para lesões provocadas por queimaduras seria aquele que, ao mesmo tempo, controla o crescimento bacteriano na ferida, remove o tecido morto e estimula o crescimento de uma nova pele para cicatrização. Até agora, estas três funções não se encontram em um mesmo curativo. Mas um estudo conduzido por pesquisadoras mato-grossenses pode deixar a Medicina mais próxima desse ideal.
A pesquisa é coordenada pela doutora em genética e biologia molecular, Paula Cristina de Souza Souto, e desenvolvida pela pesquisadora e doutoranda Loyane Almeida Gamas Sales, ambas do campus universitário do Araguaia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Barra do Garças.
A inovação proposta pela pesquisa delas foi o desenvolvimento de uma biomembrana com a associação de dois componentes, látex e própolis, típicos da biodiversidade do Estado. E, até agora, o rpoduto apresentou características físico-químicas que indicam poder ser utilizado para o tratamento de queimadura.
Em estudos em animais, as biomembranas se mostraram eficientes, pois aceleraram o processo de cicatrização sem a necessidade freqüente de troca do curativo. Além disso, o processo inflamatório, que acontece em todo processo de cicatrização, foi controlado o que indica uma possível cicatrização da pele sem a formação extensiva de cicatrizes e marcas.
No projeto, elas usam borracha natural (derivada do látex de seringueira) associado à babosa e ao própolis de abelhas sem ferrão, conhecida como Bijuí. A pesquisa ainda busca outro produtos naturais de origem animal ou vegetal que possuam propriedades cicatrizante e antimicrobiana.
A pesquisa é financiada pelo Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Mato Grosso (Fapemat).
(Com Assessoria)