Ednilson Aguiar/O Livre
Bairro Jardim Liberdade
O pedreiro Sebastião Farias disse à imprensa, nesta segunda-feira (24), que assinava documentos da empresa SF Assessoria e Organização de Eventos, que leva as iniciais do nome dele, sem saber do que se tratava e que desconhecia o esquema criado pelo empresário Filinto Muller para lavar o dinheiro referente à desapropriação do terreno do Jardim Liberdade.
Farias disse ainda que estava desempregado na época e que recebeu uma “ajuda” de R$ 2 mil do empresário para comprar remédios para a mãe, que tratava um câncer. O pedreiro atualmente trabalha como porteiro da Procuradoria-Geral do Estado (PGE). Ele prestaria depoimento nesta segunda, mas acabou dispensado pela defesa do procurador aposentado Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, o Chico Lima.
Auditoria do terreno
O servidor público Arnaldo da Guia Taques deverá ser ouvido nesta segunda. Ele foi responsável por uma auditoria sobre a desapropriação do terreno. O governo desapropriou o terreno hoje ocupado pelo bairro Jardim Liberdade pagando R$ 31,7 milhões à empresa do empresário Filinto Muller.
Metade deste valor, ou seja R$ 15,8 milhões, retornou ao grupo liderado pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB) que é investigado pelo Ministério Público Estadual (MPE).
Dos R$ 15,8 milhões repassados ao grupo, R$ 10 milhões teriam sido direcionados ao ex-governador para o pagamento de uma dívida com o empresário Valdir Piran. O restante teria sido dividido entre os demais participantes do esquema: os ex-secretários, Pedro Nadaf, Marcel De Cursi, Arnaldo Alves de Souza Neto e Afonso Dalberto, além do procurador aposentado Chico Lima.