Política

MT e outros Estados tentam barrar lobby contra fim de imposto extra na reforma

Governo diz que cerca de R$ 60 bilhões para investimento, que poderiam ser usados por 20 anos, estão em jogo

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MT e outros Estados tentam barrar lobby contra fim de imposto extra na reforma
(Foto: Ednilson Aguiar / arquivo / O Livre)

Os governos de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Pará articulam a manutenção de imposto para o agronegócio nas duas primeiras décadas do novo modelo tributário.

A conversa entre os estados é um contraste ao lobby de setores econômicos para que a autorização à cobrança seja retirada da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) na votação no Senado.

O encontro entre os governadores desses estados, na semana passada, concentrou-se nesse ponto do texto. O artigo 19 da PEC da Reforma Tributária autoriza alguns estados a continuar a cobrar um imposto extra por 20 anos, desde que ele tenha sido criado até abril deste ano.

No caso de Mato Grosso, é uma concessão para a permanência do Fundo de Transporte e Habitação (Fethab). Segundo o governador Mauro Mendes, é uma fonte para o investimento em serviços de infraestrutura, calculado em R$ 60 bilhões.

A reforma tributária em discussão reduz a taxação no país exclusivamente ao IVA (Imposto de Valor Agregado); com isso, os impostos criados pelos estados, como o Fethab, serão eliminados. O Estado diz que a queda na arrecadação seria grande.

“Toda a cadeia do agronegócio não vai pagar imposto: o produtor que vai vender para o exportador não vai pagar imposto, o exportador não vai pagar imposto, aquele que vai vender para o produtor não vai pagar imposto. Quem vai pagar pelas estradas que o agro vai usar? Nada mais justo que manter esse fundo, que hoje é usado exclusivamente para a infraestrutura”, afirmou Mauro.

O governador disse que a isenção fiscal para o agronegócio vai aumentar o peso de tributos para outros setores e classes econômicas. O alto custo para a manutenção do estado brasileiro vai permanecer e o dinheiro para quitar a conta sai do bolso do cidadão.

“Prepara o bolso da classe média, prepara o bolso do servidor público, porque muita gente vai deixar de pagar impostos. Alguém vai ter que pagar mais imposto ou teremos que cortar o custo do Estado”, comentou.

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