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Ministério Público também fará devassa em grampos

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Ministério Público também fará devassa em grampos

Ednilson Aguiar/O Livre

Fachada do Ministério Público do Estado

 

Em nota divulgada na tarde desta sexta-feira (19), o Ministério Público informou que nenhum dos telefones grampeados que aparecem na denúncia feita pelo promotor Mauro Zaque passaram pelo sistema Guardião do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). O pedido de escuta foi feito pelo Núcleo de Inteligência da Polícia Militar. Em Mato Grosso, o software também é operado pela Polícia Civil e pela Polícia Federal. 

Com isso, o procurador-geral de Justiça, Mauro Curvo, e a corregedoria do MP solicitaram que todos os promotores da área criminal façam um levantamento dos procedimentos de interceptação telefônica que partiram do núcleo da Polícia Militar, desde junho de 2014 até agora. O prazo para o levantamento é de 15 dias.

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso também já ordenou uma devassa em todas as decisões judiciais desde 2014 que autorizaram escutas telefônicas.

Segundo o Ministério Público, os relatórios policiais que forem encontrados no levantamento deverão passar por uma análise aprofundada num prazo de 60 dias. O objetivo será identificar se houve mais casos do esquema conhecido como “barriga de aluguel”, ou seja, se os números indicados nos documentos se referiam a criminosos suspeitos ou se houve mais casos de pessoas espionadas.

Barriga de aluguel
O esquema teve início nas eleições de 2014, quando Silval Barbosa (PMDB) era governador e Pedro Taques (PSDB) disputava as eleições. Em 2015, depois da vitória de Taques, novos nomes foram incluídos. A manobra é conhecida como barriga de aluguel: números de pessoas comuns, sem qualquer ligação com uma investigação, são colocados num pedido de quebra de sigilo à Justiça.

Em Mato Grosso, telefones de jornalistas, médicos, políticos e de um desembargador foram inseridos num processo que investiga o envolvimento de policiais militares com o tráfico de drogas em Cáceres.

Entre os grampeados estão a deputada Janaína Riva (PMDB), o ex-vereador Clovito Hugueney (falecido), o desembargador aposentado José Ferreira Leite, o advogado eleitoral José do Patrocínio, além de jornalistas, médicos e até mesmo uma ex-amante do ex-secretário-chefe da Casa Civil Paulo Taques – ele saiu do cargo no último dia 11, depois que uma reportagem do Fantástico esteve em Cuiabá apurando o caso. Segundo o procurador Mauro Zaque, o governador Pedro Taques (PSDB) sabia das escutas, e foi avisado por ele por diversas vezes, o que já foi negado pelo chefe do Executivo.

 

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