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“Meu apelo é que a Justiça seja justa”, diz mãe de Isabele

O pedido é pela revogação da decisão judicial que desclassificou o assassinato da menina de um crime doloso para culposo (quando não há intenção de matar)

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“Meu apelo é que a Justiça seja justa”, diz mãe de Isabele

No dia em que a morte de Isabele Guimarães Ramos completa dois anos, familiares e amigos se organizaram em uma familiares e amigos se organizaram em uma carreata, em Cuiabá. “Meu apelo é que a Justiça seja justa (sic)”, disse Patrícia Guimarães Ramos, mãe da vítima.

Isabele morreu no dia 12 de julho de 2020, no Alphaville I, condomínio de luxo no bairro Jardim Itália, em Cuiabá.

A versão apresentada pela, então, amiga da vítima, autora do disparo, é de que o tiro foi acidental.

A Justiça chegou a determinar que a menor atiradora cumprisse uma internação de três anos. Porém, em junho passado, após quase um ano e meio apreendida, a adolescente, B. de O.C. conseguiu a liberdade após a Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) desclassificar a conduta para não intencional.

O peso da dor

Patrícia comentou que a data já tem o peso da lembrança da morte de Isabele, mas que não viu dia melhor para sensibilizar a sociedade e, principalmente, o Poder Judiciário para que a situação seja reanalisada, revertendo o voto. O Ministério Público Estadual já protocolou o recurso pedindo a revisão da decisão.

Patrícia Guimarães Ramos espera que a Justiça reveja a decisão de desclassificação da conduta de dolosa para culposa (Foto: Natália Araújo / O LIVRE)

“Eu gostaria de aproveitar o momento para questionar se vai ser passada uma borracha em cima disso, se isso vai ficar como se nunca tivesse acontecido esse crime, se ela (a adolescente que atirou) vai voltar à vida normal: estudando, viajando. Minha filha não vai voltar nunca mais, mas ela vai desfrutar de uma vida como se nada tivesse acontecido, sem consequência dos atos”, desabafou. “Foi um crime e isso deve ser tratado com o rigor que merece. Não há nada mais justo que ela volte e cumpra a sentença que recebeu”, cobrou.

Giani Soares, tia da Isabele, definiu como uma grande surpresa a decisão criminal que colocou a adolescente em liberdade. “Vemos as outras adolescentes e pensamos todo dia que Isabele poderia estar aqui, mas ela não está aqui. Infelizmente a vida dela foi interrompida por uma coisa tão banal e que poderia ser evitada”, pontuou.

Mobilização aconteceu no dia em que a morte completa dois anos (Foto: Natália Araújo / O LIVRE)

De acordo com a família de Isabele, o momento é carregado de um grande sentimento de impotência, mas ainda há uma esperança. “Relembrar tudo de novo é muito doloroso. Como família estamos arrasados, mas acreditamos na Justiça e no bom senso”, frisou Patrícia Araújo, tia da vítima.

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A mobilização

A carreata aconteceu no período matutino e teve como ponto de partida um colégio particular da cidade, onde Isabele estudava e terminou em frente ao TJMT.

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