Ser negro no Brasil significa que seu salário – para exercer uma mesma função – pode ser 13% menor do que o ofertado a uma pessoa branca. Essa é a constatação de um estudo realizado por pesquisadores do Insper, publicado no livro “Números da Discriminação Racial”, dos economistas Michael França e Alysson Portela.
Os salários 13% menores para trabalhadores negros são referentes aos pagamentos de 2021. A pesquisa coleta dados desde 1982 e aponta que essa disparidade já persiste há 40 anos. Ela só começou a reduzir a partir do ano 2000 e atingiu seu menor índice em 2011, quando os salários pagos a pessoas negras chegou a ser 12,3% menor do que o pago a pessoas brancas.
O estudo comparou a renda de trabalhadores negros e brancos considerando vários fatores. O dado primordial é que foram consideradas pessoas com o mesmo nível de escolaridade e tipo de vínculo de trabalho (formal ou informal). Além disso, também levou-se em consideração questões que podem influenciar os salários como tempo de experiência profissional e até a região do país em que essas pessoas vivem.
Todo o levantamento foi feito com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo IBGE. A reportagem completa sobre o estudo e o livro foi publicada no site do jornal Folha de S. Paulo.