Política

Meio ambiente, agronegócio e crise econômica: Mauro Mendes diz que governo de Lula precisará de sinergia

Governador afirma que Mato Grosso terá autonomia fiscal do governo federal, mas pede que o governo federal tenha agenda de centro

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Meio ambiente, agronegócio e crise econômica: Mauro Mendes diz que governo de Lula precisará de sinergia
(Foto: Ednilson Aguiar / O Livre)

O governador Mauro Mendes (União Brasil) disse que Mato Grosso terá condições de manter seu ritmo econômico a partir de 2023, sem depender de dinheiro do governo Federal para investimento. Mas, vê a necessidade de “sinergia” entre os governos para superar desafios. 

Em tom mais político, Mauro Mendes falou em redução de “burocracias ambientais” para o desenvolvimento do agronegócio, investimento em infraestrutura e montagem de uma agenda política mais ao centro para enfrentar nos sinais de crise econômica. 

“Acusar quem vencer é desrespeito ao país, mas o governo [do país] daqui pra frente vai depender do modelo de gestão a ser implantado. O Lula, que veio da ala da esquerda, com militância nessa área, vai ter que montar um governo mais ao centro, para todos. Ele não vai poder querer governar só para a esquerda”, afirmou o governador em entrevista à Jovem Pan. 

Segundo Mauro Mendes, as dificuldades que terão de ser enfrentadas por Lula advêm de situações crônicas na política e na economia brasileiras, como as reformas tributárias, administrativas e previdenciárias. 

“Burocracia ambiental” 

Questionado sobre as cobranças que fará ao governo federal numa eventual conversa, Mauro mencionou a legislação ambiental e os “entraves” para o desenvolvimento do agronegócio. 

A posição do governo de Mato Grosso continua ao centro nas polêmicas em torno dos assuntos de “crise climática” e desenvolvimento sustentável. No começo do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) houve embate entre eles por causa das queimadas na Amazônia e os lados opostos na interpretação sobre os efeitos no mercado. 

O conflito aconteceu entre a desregulamentação e medidas de controle. No governo de Lula, o ponto de tensão pode mudar para a discussão sobre o “excesso” de controle. 

“Já somos o estado maior produtor, estamos ampliando a nossa fronteira de produção e fazendo isso respeitando – o governo aqui do meu estado faz isso -, respeitando a legislação brasileira ambiental. Mas, essa capacidade de produzir demanda mais infraestrutura, precisamos do apoio do governo federal para melhorar. Ninguém aguenta mais a burocracia ambiental no país para fazer as coisas acontecerem”, afirmou. 

“Lição de casa” 

O governador Mauro Mendes voltou a falar sobre os sinais da recessão econômica apontada pela União Europeia e pelos Estados Unidos, mas, desta vez, com a perspectiva voltada para a situação nacional. 

Segundo ele, o enfrentamento do condições pelo Brasil dependerá mais das medidas a serem implantadas pelo governo federal do que dos acontecimentos externos. 

“O Brasil precisa fazer a lição de casa. O nosso maior problema não é o que acontece ou que vai acontecer no mundo lá fora. Nós falamos há décadas reforma tributária, política, fizemos uma reforma previdenciária paliativa – dizem que era o que se poderia fazer – só que nós estamos arrastando alguns problemas ao longo dos anos, e conversa vai, conversa vem, o Brasil está perdendo o bonde história”, disse. 

O governador avalia que o agronegócio terá destaque no cenário de crise, pois a movimentação econômica poderá retrair para bens mais supérfluos, mas continuará a demanda por alimento. 

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