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Médica que desistiu da eutanásia precisa de ajuda para manter tratamento

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Médica que desistiu da eutanásia precisa de ajuda para manter tratamento
(Foto: Karina Cabral/ O Livre)

A vida da médica Letícia Franco Viñe, 37 anos, teve diversas reviravoltas. Ela já esteve decidida a se entregar à morte assistida na Suíça, mas tornou-se exemplo de resiliência e superação depois que sua história de amor com Guilherme Viñe, de 30 anos, a fez voltar a lutar pela vida.

[featured_paragraph]Letícia descobriu em 2010 ser portadora da Síndrome Asia, uma rara doença autoimune que provoca inflamações graves nas articulações e dores crônicas. Desde que descobriu a doença, há oito anos, a médica foi internada mais de 30 vezes.[/featured_paragraph]

De volta à luta pela vida, ela enfrenta problemas não apenas físico-psicológicos, mas também financeiros. Os tratamentos são caros e, sem poder exercer sua profissão, Letícia não tem mais condições financeiras de manter o tratamento que lhe dá o mínimo de qualidade de vida. Por isso, ela e o marido decidiram pedir ajuda a todos aqueles que acompanham sua história e torcem por sua saúde.

Nessa quinta-feira (06), Guilherme criou uma página para Letícia no Vakinha Online, um site de arrecadação de dinheiro para fins específicos. A famosa “vaquinha”, mas de uma forma mais segura e informatizada. Na página, Guilherme escreveu um pouco sobre a necessidade da médica.

“Dra Letícia, infelizmente, possui uma doença raríssima que não tem cura, que lhe causa muita dor e fraqueza. Conseguimos tratamento paliativo, para diminuir a dor e dar a ela qualidade de vida em seus últimos anos de vida. Porém, o valor para mantê-la bem é altíssimo e não conseguimos arcar com as despesas, tampouco sua família, que já gastou tudo o que podia; ajudem a manter minha Lelis com sorriso”.

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A história

Letícia ficou conhecida em todo Brasil depois de, em março deste ano, contar em sua página pessoal no Facebook que iria se submeter à morte assistida na Suíça. Desde 2011 ela sofre de uma doença rara, resultante de duas fatalidades: a reação ao implante de silicone nos seios e a predisposição genética para a Asia Síndrome.

Ela chegou a ser aceita pela clínica Dignitas, que tem sede na Suíça e na Alemanha, e tinha optado pela Suíça por eles falarem inglês. Só não foi se submeter à morte assistida porque a mãe desistiu de levá-la.

Letícia então decidiu doar seu corpo para estudos sobre sua doença, com a intenção de ajudar a salvar vidas. Porém, o médico israelense Yehuda Shoenfeld, especialista na doença, pausou os estudos e desistiu da pesquisa.

Já sem esperanças, Letícia reencontrou um grande amor, Guilherme Viñe. Ele teve dificuldades de chegar a Letícia, mas, depois que conseguiu estar próximo, decidiu que nunca mais sairia do seu lado. O resultado disso foi um casamento no civil que, católica como é, Letícia sonha em realizar também na igreja.

“Eu vivia, mas sem sonhar, eu parecia estar morta em vida, porque a vida estava passando na minha frente e eu não podia fazer planos, porque no outro dia eu poderia estar morrendo em uma UTI. O Guilherme me deu tanta força, ele foi me mostrando o tanto que o amor era importante em nossa vida, me fez sonhar de novo. Ele foi minhas pernas quando eu não podia andar, me carregou, me mostrou que Deus ia me ajudar e que Ele nunca me abandonou. O amor dele foi o que salvou tudo em mim, transformou a minha vida”, disse Letícia ao LIVRE.

Casamento de Letícia com Guilherme

Com o incentivo de Guilherme e a força que o amor lhe trouxe, Letícia iniciou a terapia de ozônio – um tratamento de medicina alternativa que utiliza o ozônio com o objetivo de aumentar a quantidade de oxigênio no corpo. A medida complementar não lhe traz a cura, mas lhe deu esperança de viver sem dores e com mais qualidade de vida.
Com o ozônio, ela conseguiu voltar a andar, diminuiu a quantidade de remédios, voltou a acreditar na possibilidade de ter filhos e recuperou a vontade de viver.

“Ninguém nunca me prometeu mais anos e mais dias de vida com o ozônio, mas me prometeu qualidade de vida – e que isso era possível tentar. E realmente o ozônio traz qualidade de vida, ele tira a inflamação, diminui as dores. Fiquei menos dependente dos remédios, não tomo mais nada via oral para dor, consigo fazer atividade física já, consegui emagrecer, voltar mais para o meu corpo. Hoje eu me divirto, passeio, não tem mais enfermeiras na minha casa, a vida está começando a voltar a ser como era”, relatou a médica.

Porém, além da terapia de ozônio ser cara, Letícia ainda precisa manter diversos tratamentos para ficar bem. E foi para dar continuidade, tanto da ozonioterapia, quanto nos demais tratamentos, que Guilherme criou a Vakinha.

O futuro de Letícia Franco

“Tem que fazer a continuação [da ozonioterapia], sem isso a Letícia não tem vida, ela vai morrer. Em dois meses a Letícia se intoxica, sente dor e morre”, lamentou Guilherme, com imensa tristeza.

Além da terapia, Letícia ainda precisa manter tratamentos como a homotoxicologia, soros, medicamentos para os ossos – visto que os vários tratamentos a levaram a ter osteoporose.

“Quando ela entra em crise, dão corticoide, que acaba com os ossos dela, e esses tratamentos para recuperar os ossos são muito caros, são R$ 7.500 por mês”, contou o marido da médica.

Ainda há os exames e os custos até mesmo do dia a dia, visto que ela não consegue mais exercer a medicina devido à doença e o marido também precisou parar de trabalhar para ficar ao lado dela.

O dinheiro arrecadado na Vakinha ajudará Letícia a continuar se mantendo viva, contrariando as expectativas de que ela teria no máximo mais seis meses de vida. E, por amor, Guilherme, com Letícia ao lado, pediu a ajuda de todos.

“Se as pessoas colaborarem com R$ 1,00 cada um, já ajuda muito. É fácil a gente chegar a muitas pessoas no WhatsApp, então, R$ 1,00, que seja, já ajuda. Colaborem, ajudem, nem que seja com o mínimo possível”, clamou.

Quem quiser ajudar Letícia com qualquer valor pode acessar a Vakinha AQUI, ou depositar direto em sua conta: Ag. 4604. Conta 01.046268.9. CPF 937.393.621-20 (Conta corrente do Banco Santander). E quem quiser entrar em contato com a médica pode enviar uma mensagem para o email leticia.vine29@gmail.com.

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