O governador Mauro Mendes (União Brasil) defendeu que a proposta de reforma tributária tenha mais tempo de maturação antes de entrar em votação no Congresso. Ele criticou a articulação para acelerar o trâmite na Câmara Federal, sem que houvesse debate do próprio texto.
“Há 10 dias nós só tínhamos as ideias da reforma, não tínhamos texto nenhum. Na semana passada, políticos estavam em Portugal, no Nordeste, ou seja, Brasília ficou praticamente parada. Agora, querem votar em alguns dias um texto que está 30, 40 anos parado”, disse ele em entrevista à Jovem Pan.
O governador disse achar “difícil” que o atual texto seja aprovado, “sem ajustes e correções”. Ele faz parte de um grupo de governadores que têm pressionado os deputados federais por mudanças na proposta.
Mauro disse que o necessário seria que o debate sobre o novo sistema de tributos se estendesse até agosto ou setembro, bem além da intenção do presidente da Câmara Federal, Arthur Lira.
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Conversa com o relator
O governador está em Brasília em reuniões para articular mudanças na proposta da reforma. Ontem (4), ele se encontrou o relator do texto, deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
Mauro disse que voltou a cobrar medidas que garantam o desenvolvimento regional de estados fora do eixo Sul e Sudeste. O governador pede isenção ou incentivo fiscais para o agronegócio e a indústria.
“O Brasil tem 5 grandes regiões bem diferentes entre si, não dá para tratar todo mundo igual. O Brasil precisa de mecanismos para garantir o desenvolvimento, principalmente em infraestrutura”, afirmou.
Segundo o governador, o relator ouviu as demandas e assumiu compromissos de revisão da proposta. Há cerca de 2 semanas, Mauro e Aguinaldo já tinham se conversado sobre a reforma, antes da divulgação do texto. Quando a proposta saiu, o governador disse que os acordos ficaram parciais.