Política

Alimentos da cesta básica podem ter imposto 9x maior com a reforma petista

Equiparação de cobrança para todos os produtos vai eliminar a isenção fiscal e igualar o essencial ao supérfluo

2 minutos de leitura
Alimentos da cesta básica podem ter imposto 9x maior com a reforma petista
(Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

Os alimentos da cesta básica poderão ter impostos 9 vezes maiores de acordo com o novo modelo de tributos proposta na reforma tributária do Governo Lula (PT).

Além disso, produtos hoje sem qualquer imposto passariam a ter uma cobrança mínima de 13%, mas a taxa poderá chegar a 25%.

Outros que já têm algum encargo do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços) podem sofrer mais pressão para equivaler à regra de imposto único da reforma.

“A regra para a cobrança do ICMS hoje é que tem produtos tributáveis e tem produtos isentos. O governo [federal] está propondo o IVA (Imposto de Valor Agregado), que servirá para tudo.

O arroz, que vem do produtor, passa pela indústria, vem para o supermercado e chega à mesa do consumidor, é isento. Pelo que está sendo proposto, ele teria cobrança de 23%”, explica o empresário Kássio Catena, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Mato Grosso (Sincovaga).

Segundo Kássio, a cobrança mais baixa do IVA é quase o dobro da taxa que seria necessária para cobrir o valor que o estado arrecada hoje com ICMS.

A proposta de reforma tributária diz que o IVA não poderá ser menor do que 13%. Na conversão do ICMS para o novo imposto, a taxa para cobrir o valor já cobrado não precisaria ir além de 7%.

“Um champanhe, um vinho, que hoje têm cobrança de 48%, vão cair para os mesmos 23%. Ou seja, vão equiparar todos os produtos, assim como fazem em outros países. Mas, os países ricos geram imposto sobre renda e não sobre venda”, disse.

Feijão, arroz, tomate e milho mais caros

A previsão do setor de supermercados é que o mesmo aumento de encargo ocorrerá com feijão, tomate, milho, além do arroz, todos alimentos na base de consumo dos brasileiros. Em português claro, vão ficar mais caras as refeições.

A cobrança maior de imposto contradiz o argumento do atual governo. As promessas de campanha de Lula incluíam alimentos mais baratos para as pessoas comerem melhor.

“Arroz, tomate, feijão são todos isentos, a média é zero. Mas, podem subir para 25%, de um dia para outro? Ou seja, vai refletir diretamente no preço do consumidor; aumentando os preços, cai o consumo e isso gera inflação. É um efeito cascata”, comenta Kássio.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
1
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes