Cerca de 4,4 milhões de domicílios brasileiros sobreviveram, em julho, apenas com a renda do auxílio emergencial pago pelo governo federal. O número representa 6,5% do total de lares do país. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A desigualdade na renda fica evidente com a análise dos números. O levantamento revelou que entre os domicílios mais pobres, os rendimentos atingiram 124% do que seriam habitualmente.
“Pela primeira vez, desde o início da pandemia, o auxílio emergencial compensa em média mais que a diferença entre a renda efetiva e a habitual, ou seja, entre os que permaneceram empregados, a renda média com o auxílio já é maior do que seria habitualmente”, disse em nota o economista Sandro Sacchet, autor da pesquisa.
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Segundo o estudo, em geral, os trabalhadores receberam em julho 87% dos rendimentos habituais – R$ 2.070, em média, contra uma renda habitual de R$ 2.377.
A recuperação foi maior entre os trabalhadores autônomos. No mês passado, eles receberam 72% do que normalmente recebiam.
Já os trabalhadores do setor privado, mas sem carteira assinada, receberam 85% do habitual. Trabalhadores do setor privado com carteira e funcionários públicos continuaram a obter, em média, mais de 90% do rendimento habitual.
De acordo com o levantamento, a redução da diferença entre a renda efetiva e a habitual foi generalizada pelas regiões do país. No Nordeste, a renda efetiva subiu de 81,3% do habitual em junho para 86,7% em julho, enquanto o Centro-Oeste continua a região menos impactada (89,7%).
Conforme o estudo, o efeito da pandemia continua mais severo entre os idosos (83,5%) e menor entre os mais jovens (88,6%). O impacto na renda foi menor entre aqueles com ensino médio ou superior (85,7% para trabalhadores com médio completo e 89,4% para aqueles com ensino superior).
(Com Agência Brasil)