Um novo relatório divulgado pela ONU revela uma projeção alarmante: o volume de resíduos no mundo pode crescer mais de 60% até 2050, atingindo a marca de 3,8 bilhões de toneladas anuais. A atual trajetória coloca em risco não apenas a saúde pública, mas também a estabilidade econômica global.
Os resíduos, se não geridos adequadamente, representam uma ameaça significativa para a saúde das populações e para o meio ambiente. Entre 400 mil e um milhão de pessoas morrem anualmente devido a doenças relacionadas à má gestão de resíduos. Isso inclui condições como diarreia, malária, câncer e doenças cardiovasculares.
Os países em desenvolvimento, em especial, enfrentam uma crise na gestão de resíduos, com taxas de coleta que, em alguns casos, são inferiores a 40%. Métodos poluentes, como aterros sanitários e incineração a céu aberto, contribuem para a poluição do solo e para a emissão de gases de efeito estufa.
Desafios e oportunidades
O relatório da ONU destaca a urgência de adotar medidas drásticas para reduzir a quantidade de resíduos e promover a economia circular. Investir em métodos melhores de tratamento e gestão de resíduos pode não apenas limitar os custos associados, mas também criar oportunidades para sociedades mais sustentáveis.
O custo direto do tratamento de resíduos já atingiu US$ 252 bilhões em 2020, com custos indiretos relacionados à poluição. Sem ações corretivas, estima-se que esse valor quase duplique até 2050, chegando a US$ 640 bilhões anuais.
A implementação de práticas de economia circular e uma gestão abrangente de resíduos não apenas reduziriam os custos, mas também poderiam gerar lucros líquidos significativos, superando os US$ 100 bilhões anuais.