Conforme levantamento do Núcleo de Inteligência de Mercado da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Cuiabá), através do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), sobre as dívidas dos mato-grosseses, na passagem do mês de dezembro de 2023 para janeiro de 2024, o número de inadimplentes em Mato Grosso registrou um aumento de 4,09%.
Isso significa um acréscimo de 45.876 pessoas com pelo menos uma dívida em atraso no Estado. Na mesma comparação, a média da região Centro-Oeste foi de 0,16% e do Brasil foi de 0,75%.
Em relação à faixa etária do devedor, os de 30 a 39 anos são os que mais estão endividados (26,18%). A maioria são homens, sendo 53,66%, e 46,34% são mulheres.
O SPC Brasil estima que o mês de janeiro fechou com 66,95 milhões de pessoas em situação negativada no Brasil, equivalente a 40,86% da população adulta do país. No contexto específico de Mato Grosso, esse número se aproxima de 1,167 milhão de indivíduos, representando aproximadamente 44,76% da população adulta do Estado.
Valor das dívidas/tempo de atraso
Em janeiro de 2024, cada consumidor negativado do Estado devia, em média, R$ 4.666,69 na soma de todas as dívidas. Os dados ainda mostram que 30,04% dos consumidores têm dívidas no valor de até R$ 500, percentual que chega a 43,97% quando se fala de dívidas de até R$ 1 mil.
O valor total para pagar as dívidas de toda a população inadimplente do Estado é de aproximadamente R$ 5,44 bilhões.
Já sobre o tempo médio de atraso dos devedores negativados de Mato Grosso é igual a 25 meses, sendo que 36,56% dos devedores possuem tempo de inadimplência entre 1 a 3 anos.
Ao analisar as dívidas em atraso em Mato Grosso na passagem de dezembro para janeiro de 2024, teve um crescimento de 4,49%, nesse mesmo período de análise, a variação no Centro-Oeste foi de 1,03%. Já quando comparado com o mesmo período do ano passado, o aumento fica em 5,81%.
Evolução do número de dívidas
Em relação ao número médio de dívidas por devedores, no mês de janeiro de 2024 foi de 2,136, situando-se abaixo da média na região Centro-Oeste, de 2,153 dívidas por pessoa inadimplente, e acima da média nacional para o mesmo período, de 2,099. A soma de dívidas pendentes da população de Mato Grosso atingiu 2.493 bilhões
Os bancos continuam sendo o setor com maior número de inadimplência em Mato Grosso, com 46,55% do montante de 1,167 milhões, seguido do comércio (27,24%), água e luz (14,25%), comunicação (4,16%) e outros (7,80%).
Apesar dos serviços essenciais de água e luz serem o terceiro em quantidade de devedores, o setor foi o que mais apresentou crescimento na passagem de dezembro para janeiro, onde subiu 9,78%, enquanto o comércio teve queda de -3,61% e os bancos praticamente ficaram estáveis com -0,02%.
Comparativo
No comparativo com janeiro de 2023, houve um crescimento de 3,53% no número de inadimplentes no Estado, representando mais de 39 mil novos CPFs com restrições ao crédito.
Análise
De acordo com o superintendente da CDL Cuiabá e responsável pelo núcleo, Fábio Granja, a inadimplência tem sido bem desafiadora nos últimos meses, já que tem apresentado oscilações que demonstram cada vez mais uma dificuldade do cidadão em organizar as suas finanças.
“Isso está ligado a uma cultura de não planejar bem a vida financeira, porém também é resultado de fatores como inflação, aumento no preço de serviços essenciais como água e luz, aumento em plano de saúde, trabalhos informais que não garantem uma receita fixa mensal e assistencialismo que coloca muitas pessoas com medo de buscar um emprego formal e perder o benefício, onde prejudica ter uma renda maior e mais sólida”, disse.
Granja reforça ainda, que “é importante avançarmos com a educação financeira nas famílias para que a cultura do brasileiro possa evoluir no sentido saber investir, poupar e realizar gastos mais conscientes”.
“Existem muitas oportunidades de negociações de dívidas que favorecem um melhor fluxo de caixa para as empresas e um nome limpo para o cidadão, porém se não tiver um trabalho intenso de conscientização e aprendizagem sobre o tema planejamento financeiro pessoal, as campanhas se tornarão apenas soluções pontuais e a inadimplência continuará a crescer”, finalizou.
(Com Assessoria)