Ednilson Aguiar/O Livre
O empresário Roberto Klabin: potencial econômico do ecoturismo é muito grande
A sustentabilidade no Pantanal, maior planície alagável do mundo, foi o tema de debate promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais de Mato Grosso (LIDE), nesta quarta-feira, 29, em Cuiabá (MT).
O convidado principal foi o empresário Roberto Klabin, presidente do Instituto SOS Pantanal e fundador do Instituto SOS Mata Atlântica. Em sua participação, ele falou sobre a potencialidade do bioma para a economia estadual.
Klabin apresentou dados sobre o bioma e fez comparativos com a região pantanosa dos Everglades, na Flórida (EUA), que, com a chegada da agricultura e o aumento da população, perdeu cerca de um terço de sua área. “Hoje, o governo americano luta para renovar esse ecossistema”, disse o presidente do LIDE Sustentabilidade.
O processo de recuperação, segundo o empresário, vai custar cerca de US$ 16 bilhões aos cofres norte-americanos nos próximos 35 anos. “Todos os dias, 900 pessoas se mudam para Miami. Com o excesso de gente e o alto consumo de água, não há como manter essa ocupação sem a recuperação dos Everglades”, destacou.
Com essa reflexão, Klabin questionou se é este o futuro que mato-grossenses e brasileiros querem para o Pantanal, que é reconhecido pela Unesco como Reserva da Biosfera.
O empresário defendeu o ecoturismo na região nos moldes do que é feito no Delta do Okavango, em Botsuana. “Lá, a pobreza tomava conta. Bastou uma política de incentivo ao turismo com sustentabilidade para a economia da região se transformar”, exemplificou.
Ele citou o rígido controle estabelecido no país africano, que limitou o número de turistas e leitos nos hotéis instalados no Delta. “São 40 hotéis e 800 leitos. O governo determinou e não passa disso”.
Com o incentivo, a região passou a responder por 12% do PIB local. “Fora o desenvolvimento das empresas do setor de transportes, que se encarregam de levar os visitantes até lá”, concluiu.
Ao lado de Klabin, o secretário Carlos Fávaro (Sema) defendeu a necessidade de conciliar a preservação ambiental e o crescimento econômico. “Estamos nos modernizando para isso”, disse.
O presidente do LIDE-MT, Pedro Neves, defendeu a necessidade de “provocar a sociedade”, em busca de alternativas para desenvolver as potencialidades do Estado -entre elas, o ecoturismo. “Estamos aproveitando o que o Pantanal pode nos dar de incremento na nossa economia?”, questionou.
Para o empresário, não há como pensar em Pantanal sem considerar a questão social. “Nós precisamos cuidar desse grande presente”.