Destaques

Lei que inclui autistas em filas preferenciais é aprovada em Sinop

3 minutos de leitura
Lei que inclui autistas em filas preferenciais é aprovada em Sinop

Receber o diagnóstico de que seu filho é autista é um choque extremo, misturado com dor, dúvidas e um certo desespero, relatou o pai do pequeno Guilherme, Ademir Constantino, durante audiência sobre o tema na Câmara de Sinop. Ele é pai de outras duas crianças e representante da Associação dos Autistas do município.

Segundo ele, a falta de informação e uma rede de apoio só dificulta ainda mais a vida dos familiares. Guilherme, foi diagnosticado com a doença em nível leve aos dois anos e meio de idade. Hoje, aos seis anos e com muita ajuda, o garoto leva uma vida quase normal, como contou seu pai.

“Ter um filho autista é desafiador e novo o tempo todo. A falta de informação gera muito preconceito e nos coloca em situações ainda mais difíceis. Em um supermercado, por exemplo, quando seu filho chega a um nível de estresse, não tem outra alternativa a não ser abandonar todas as compras e ir embora, ainda sob olhares recriminadores de pais que não conseguem educar seus filhos. Isso porque, aparentemente, nossos filhos são como as outras crianças”, explicou.

Para ele, a dificuldade do entendimento das necessidades dos autistas está na falta de informação e políticas públicas voltadas ao problema. “Por isso comemoramos qualquer iniciativa que venha resultar minimamente em facilidades para os autistas. Aqui em Sinop, por exemplo, não temos tratamento gratuito para nossas crianças, temos que recorrer à Capital”, destacou.

Em virtude dos problemas, o vereador Luciano Chitolina comemorou a aprovação do seu projeto de lei que obriga o atendimento preferencial a autistas e acompanhantes, e solicita a inserção do laço pró-autismo nas placas de estabelecimentos públicos e privados. “Este é mais um passo em busca de soluções que facilitem a vida dos autistas e de seus familiares”, explicou o vereador.

Números
A data para aprovação da Lei foi pensada em homenagem ao dia 2 abril, data em que a ONU estabeleceu como Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Hoje, segundo dados da OMS , existem cerca de 70 milhões de autistas no mundo – sendo a manifestação mais comum em meninos do que meninas.

No Brasil, não há estatísticas oficiais, mas estima-se que 2 milhões de pessoas estejam no espectro autista. Na Câmara dos Deputados circula um projeto de lei propondo a coleta obrigatória de dados sobre autismo nos censos demográficos a partir deste ano.

Em Sinop, a associação conta com 120 famílias inscritas, mas um levantamento feito nas escolas municipais e estaduais apontam para um número de 270 autistas. “Acreditamos que este número seja ainda maior, porque não temos registros oficiais e ainda não levantamos em escolas particulares ou crianças que estão fora da sala de aula”, explica Ademir.

O Autismo
O Autismo, também conhecido como Transtornos do Espectro Autista (TEA), se manifesta por problemas no desenvolvimento da linguagem, nos processos de comunicação, na interação e comportamento social da criança.

Uma pesquisa realizada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) diz que o autismo atinge ambos os sexos e todas as etnias, porém o número de ocorrências é maior entre o sexo masculino (cerca de 4,5 vezes).

Esse transtorno não possui cura e suas causas ainda são incertas, porém ele pode ser trabalhado, reabilitado, modificado e tratado para que, assim, o paciente possa se adequar o melhor possível ao convívio social e às atividades acadêmicas. Quanto antes o autismo for diagnosticado, melhor, pois o transtorno não atinge apenas a saúde do indivíduo, mas também de seus cuidadores que, em muitos casos, acabam sentindo-se incapazes de encarar a situação.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes