Negócios

Indústria: índice nacional recua, mas Mato Grosso mantém avanço

Com uma soma de 24,2% de janeiro a agosto, o Estado tem o maior índice de avanço industrial do país

4 minutos de leitura
Indústria: índice nacional recua, mas Mato Grosso mantém avanço
(Foto: Yury Kim / Pexels)

A indústria nacional registrou recuo de 0,6% de julho para agosto em sete dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar desse cenário nacional, Mato Grosso manteve o avanço industrial, atingindo o índice de 2,1% no período. Já no acumulado de janeiro a agosto, o Estado tem o maior acumulado do país, de 24,2%.

Segundo os dados do IBGE, Mato Grosso teve ainda o maior acumulado dos últimos 12 meses, saindo de 15,9% para 18,9%.

Conforme o Observatório da Indústria da Federação da Indústria de Mato Grosso (Fiemt), na comparação de agosto de 2022 com agosto de 2021, o Estado obteve também o melhor resultado entre as demais unidades da federação, destacando-se com 29,9%.

“O IBGE aponta que o resultado positivo de Mato Grosso foi ‘impulsionado, principalmente, pelo comportamento observado nos setores de produtos alimentícios (carnes de bovinos congeladas, frescas ou refrigeradas, óleo de soja em bruto e tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (álcool etílico)'”, destaca o relatório do Observatório.

Dados nacionais

No cenário nacional, Pará (-6,2%), Santa Catarina (-4,8%), Espírito Santo (-3,9%), Bahia (-2,8%), Minas Gerais (-1,9%), Paraná (-1,5%) e Ceará (-0,8%) formam o conjunto de locais com índices negativos nesse mês, enquanto em Pernambuco a variação foi nula (0,0%).

Oportunidade de crescimento

O presidente da Fiemt, Gustavo de Oliveira, lembra que a produção industrial mensal tem crescido consistentemente nos últimos meses impulsionada por alguns fatores, o primeiro deles a segurança no fornecimento de matérias-primas para as indústrias do segmento industrial, que aproveitam essa oportunidade onde muitos fornecedores mundiais estão desorganizados, seja pelos efeitos pós-pandemia ou pela crise energética enfrentada pela Europa. Com isso, pontua Oliveira, as indústrias mato-grossenses têm aumentado seus volumes de exportação, principalmente, para mercados que deixaram de ser atendidos por outros concorrentes de outros países. 

A Fiemt destaca que alguns setores como o de biocombustíveis e como o setor de base florestal têm tido um aumento de demanda recuperando o mercado que perderam durante a pandemia pandemia da covid-19. Esse avanço é resultante de algumas estratégias muito eficientes, frisa Oliveira. Na primeira delas, está o programa de incentivos do Estado de Mato Grosso que reorganizou as empresas de diversos segmentos industriais, deu a elas simplicidade na obtenção do benefício e também isonomia competitiva entre elas, explica o presidente da Federação.

Gustavo Oliveira, presidente da Fiemt, acredita que Mato Grosso deve ter uma demanda crescente nos próximos meses e anos (Foto: Eduardo Cardoso / Fiemt)

Além disso, aconteceram ainda outras importantes desonerações e acordos bilaterais feitos pelo governo brasileiro com outros países, complementa Oliveira. Essas ações têm aberto as portas para muitas indústrias mato-grossenses e brasileiras acessarem novos mercados consumidores dos seus produtos, avalia a Fiemt.

O presidente pontua que enquanto no Brasil a clássica indústria de transformação, que principalmente existe no Sul e Sudeste, vem perdendo tração e competitividade ano a ano, cresce em Mato Grosso uma nova indústria moderna, tecnológica, competitiva e, principalmente, muito produtiva que tem ainda um grande potencial de desenvolvimento pela frente.

“Precisamos agora, para os próximos meses, aguardar os desdobramentos da crise energética na Europa, da recessão econômica mundial, para podermos ter um cenário mais consistente. Mas é um fato que a demanda por energia e por alimentos, ambos produzidos de maneira muito sustentável e dentro da estratégia de economia verde aqui em Mato Grosso, deve ter demanda crescente nos próximos meses e anos”, conclui Oliveira.

LEIA TAMBÉM

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes