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Guerra entre forças policiais e facção já levou 75 criminosos à prisão

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Guerra entre forças policiais e facção já levou 75 criminosos à prisão

Desde o motim na Penitenciária Central do Estado, no último dia 20 de março, 75 pessoas ligadas a organizações criminosas já foram presas em operações integradas das Forças de Segurança. A informação foi divulgada nesta terça-feira (24), em uma coletiva para divulgar a operação “Panóptico Integrada – Fase 2”.

Dessas, 54 prisões foram realizadas pela Polícia Judiciária Civil, através da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), e 21 através da Operação Ordem Pública, da Polícia Militar.

Na operação deflagrada nesta terça-feira, que contou com o apoio da Polícia Federal, três pessoas foram presas: Caio Afonso Aparecido da Silva Soares, 22, por organização criminosa; Marcos da Silva Marques, 37, por uso de documento falso (além do flagrante ele tinha mandado de prisão em aberto por roubo); e uma mulher que só teve as inicias divulgadas, M.E.P.S, de 26 anos.

As outras prisões realizadas pela Polícia Civil, aconteceram na Operação 10° Mandamento (37 prisões); depois da fuga em presídio de Aragarças (sete); quatro relacionadas a vídeos de tortura; três prisões relacionadas a ataques a agentes prisionais; uma mulher presa no Piauí que havia doado uma casa para a escavação de um túnel ao lado da PCE e três na primeira “Operação Panóptico Integrada 1”.

“Seja por supostos ‘salves’, seja os integrados à organização, qualquer tipo de ligação que esse indivíduo tenha com organização criminosa é suficiente para prendê-lo em flagrante e indiciá-lo”, disse o delegado Diogo Santana, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).

Diogo afirmou que as operações estão tirando do convívio da sociedade indivíduos “faccionados”. Todo suspeito que se disser membro de uma facção está sujeito a uma pena de oito anos de reclusão. Segundo o delegado, a GCCO já sabe a quantidade de membros de facções em Mato Grosso, porém, por questão de segurança, prefere não divulgar.

“Eles atuam em diversas frentes aqui fora. E têm o núcleo da central, que está dentro dos presídios; são os que a gente chama de líderes das organizações criminosas. E aqui fora do presídio são os indivíduos que cometem os crimes, seja tráfico de drogas, roubo de veículos ou roubo a residências. O lucro desses crimes é sempre repartido entre os indivíduos que cometem o crime aqui fora e os chefes das organizações criminosas que estão lá dentro”, afirmou o delegado.

O secretário de Justiça e Direitos Humanos, Fausto José Freitas da Silva, disse que o sistema penitenciário tem tentado enfrentar a entrada e o uso de celulares nos presídios. Neste ano, segundo o secretário, a Sejudh adquiriu equipamentos de scanner corporal, que serão implantados na PCE e na Mata Grande.

Porém, o equipamento de bloqueadores de sinal custa entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões – fator que dificulta sua implantação.

“Tem uma lei tramitando que visa a obrigar as operadoras de telefonia a fazerem os bloqueios de celular, que já foi aprovada no Senado e agora está tramitando na Câmara Federal. Seria até precipitado a gente fazer um investimento desse e, em seguida, vir uma lei que determina que as operadoras façam o bloqueio”, disse o secretário.

Fausto criticou quem atribui a comunicação entre presos e criminosos fora dos presídios a responsabilidade pelas ações registradas contra agentes prisionais, torturas e pichações, por exemplo.

“É necessário fazer esse combate à comunicação e a gente vai fazer isso porque é nossa obrigação, até para cumprir à risca a lei de execução penal. Tem uma grande participação, mas efetivamente isso aí não é o único fator que resolve esse problema. Você pega estados como São Paulo, por exemplo, que tem bloqueadores de celulares nas maiores unidades onde estão concentrados os líderes do crime organizado, nem por isso deixou de existir o crime em São Paulo”, afirmou.

 

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