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Garis relatam a alegria ao receber presentes de Natal

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Garis relatam a alegria ao receber presentes de Natal

Arquivo pessoal

Garis Natal

Toda semana eles passam por sua casa, em alguns bairros até mais de uma vez, levam seu lixo e ajudam a manter a rua limpa e em ordem. Quantas vezes você viu os garis? E em quantas delas os enxergou de verdade?

No Natal, muitas famílias e condomínios mostram para os garis o valor de seu trabalho, entregando presentes e lembranças, que para eles valem muito.

“Mostra que eles não enxergam a gente como qualquer pessoa”, disse o gari José Antônio Pereira da Silva, 43 anos, que já exerce a profissão há 10 anos.

Este ano, José Antônio, que atualmente trabalha na região Central da Capital, entre o Bairro Goiabeiras e a Praça Popular, ainda não ganhou nenhum presente, mas contou que em anos anteriores já recebeu panetones, champanhe e chesters.

“Mostra que eles não enxergam a gente como qualquer pessoa”

Os presentes sempre foram recebidos com muita alegria pelo gari. “É sempre bom ganhar presente, ainda mais quando estamos na correria, ajuda muito ganhar uma coisinha de Natal”, contou.

Ele disse que, por várias vezes, o presente vem acompanhado de um cartão, o que José Antônio gosta ainda mais, e os deixa guardado como uma lembrança.

O gari ainda criticou as pessoas que acreditam que eles sejam obrigados a carregar tudo que deixam nas portas e que os tratam de forma desumana. Mas revelou que alguns moradores os tratam tão bem, que eles até dão um jeitinho de ajudar.

“Esses a gente até ajuda com o que eles precisam, aí no fim do ano eles dão um presente para nós. No ano passado, três condomínios nos deram presentes, com panetone e chester”, disse.

Um colega de Toni, Carlos Alexandre Dias da Costa, 31 anos, contou que fica muito alegre com o reconhecimento das pessoas, ao receber os presentes.

Ele, que é gari há um ano e seis meses, mora com a irmã, o pai e um irmãozinho e, somente este ano, já ganhou panetone, caixa de bombom, champanhe e cesta básica.

Carlos trabalha nos bairros Boa Esperança, Jardim Itália, Renascer, Pedregal e Consil. “Quando nós estamos passando eles nos chamam e dão o presente na hora”, contou.

Um dos moradores que reconhecem o trabalho dos garis é a gestora de recursos humanos Evellin Kayra Anjos, 30 anos, que mora no Bairro Jardim Industriário. Este é o terceiro ano que ela e a família se preparam para dar algo para os trabalhadores.

Ela contou que a mãe sempre comprava panetones e dizia que ela poderia dar para algum amigo, se quisesse. Mas que as primeiras pessoas que ela pensava eram sempre os garis.

“Já tinha três anos que eram os mesmos e eles sempre muito educados, mesmo com a pressa, sempre me davam bom dia. Então pela simpatia deles, eu achava que eles mereciam um presente”, contou.

Este ano, Evellin não pôde comprar panetones. Mas um gari novo, que sabia que ela havia dado o presente nos anos anteriores, perguntou se teria esse ano. Então ela juntou vários produtos de beleza, montou duas sacolas e ficou esperando que eles passarem, para dar o presente.

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Garis Natal

Wanderson Felype Arruda disse que ama seu trabalho

Ela contou que eles ficaram muito gratos e levaram os presentes para dividir com as esposas.

O gari Wanderson Felype Arruda, 22 anos, e sua equipe, tiveram uma ideia no ano passado, que, por dar certo, repetirão esse ano. Eles fizeram um cartãozinho e distribuíram nas casas em que pegam o lixo. Nos dias seguintes, passam recolhendo os presentes que ganham e dividem entre as quatro pessoas da equipe.

No ano passado, eles ganharam dinheiro, panetones, refrigerantes, roupas e sacolões. À época, eles trabalhavam em vários bairros da Capital, mas os moradores que mais os presentaram foram os do Jardim Cuiabá e do Verdão.

“Fico muito feliz, porque não é toda vez que a gente ganha”, disse o gari.

Atualmente, ele trabalha no CPA I e no Jardim Gramado e disse que ainda nesta semana deve começar a entregar os cartões junto à equipe.

“As pessoas sabem que fazemos um serviço honesto, não é com má vontade, fazemos por amor. Eu amo essa profissão, amo o que faço, a gente tem que amar o que faz para ser feliz”, afirmou.

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