Marcos Lopes/AL-MT
Deputados novatos e veteranos, adversários e amigos do ex-deputado José Riva se negam a assinar a CPI proposta por sua filha, a deputada Janaina Riva (PMDB) para apurar um suposto rombo na Casa, estimado em R$ 500 milhões.
A provocação para investigar a Assembleia nos últimos 20 anos partiu do governador Pedro Taques (PSDB), depois que Janaina propôs a criação de uma comissão para a previdência estadual. Nestas duas décadas, o Legislativo foi comandado por José Riva, ora ocupando a presidência ou a primeira-secretaria.
A CPI para investigar o suposto rombo de R$ 500 milhões conta, além de Janaina, com os deputados Zeca Viana (PDT), Alan Kardec e Valdir Barranco, ambos do PT. Para instalar a comissão de investigação, são necessárias pelo menos oito assinaturas.
Deputados de primeiro mandato alegam que a deputada busca holofotes, conforme acusam o presidente da Casa, Eduardo Botelho, e Oscar Bezerra, ambos do PSB. Eles alegam que os desvios na Assembleia já estão sendo investigados pelo Ministério Público.
Os deputados Romoaldo Junior (PMDB) e Mauro Savi (PSB), que dividiram a gestão da Casa com Riva, não assinaram a CPI. Guilherme Maluf (PSDB) e Ondanir Bortolini (PSD), dirigentes do Legislativo nos últimos dois anos, também não aderiram.
Amigo da família Riva há mais de 20 anos, o deputado Gilmar Fabris (PSD) também se nega a assinar o documento. “É inviável porque nós vamos investigar nós mesmos. Difícil, né?”, questiona Fabris.
“Não vejo autonomia para a Assembleia investigar. Se fosse um ato esporádico da Mesa, aí então é outra coisa. Deputado investigar deputado, que ‘sem-graceza’ é essa?”, disse em entrevista à rádio Capital.
