Agro

Esperamos que Fávaro não caia na armadilha das ideologias ambientais, diz Cadore

Presidente da Aprosoja diz que Brasil precisa também fazer jogo duro com estrangeiros para evitar invertida econômica

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Esperamos que Fávaro não caia na armadilha das ideologias ambientais, diz Cadore
(Foto: Reprodução/Assessoria Aprosoja Mato Grosso)

O senador Carlos Fávaro (PSD-MT) foi escolhido ministro da Agricultura pelo presidente Lula com base na experiência dele no agronegócio. A Aprosoja-MT (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso) reconheceu que existe cacife do ministro para conduzir os assuntos importantes para o setor. 

Mas, alerta que existe um risco de que a agenda possa degringolar para uma perspectiva ideológica. O presidente Aprosoja Mato Grosso, Fernando Cadore, indicou ontem (1º) que essa talvez seja a maior preocupação dos produtores rurais. 

Com produção de 42 milhões de toneladas de soja na safra em encerramento, Mato Grosso vai bater um novo de recorde de produção. Mas, desta vez, o tamanho gigante do setor tem outro fator. O estado conseguirá ultrapassar a produção total da vizinha Argentina e estados americanos como Illinois e Yale. 

Segundo o presidente da Aprosoja, a ultrapassagem de Mato Grosso na comparação a um país inteiro tem a ver com o que aconteceu nos últimos 10 anos. A Argentina estagnou e Mato Grosso conseguiu dobrar o volume de produção da soja e quase triplicar o do milho. 

Ele afirma que o crescimento da produção ocorreu respeitando-se as regras ambientais – mas não nega a existência de produtores na ilegalidade. Fernando Cadore diz que a Aprosoja defende que tais produtores sejam punidos. Segundo ele, o agronegócio de Mato Grosso produz sustentavelmente, em consonância com o mercado agropecuário internacional.

Contudo, a cobrança feita por outros países para que o Brasil zere as atividades ambientais é vista como uma “demagogia gigante”. Cadore afirma que os dados para se chegar a essa conclusão estão disponíveis. 

“Mato Grosso, por exemplo, sequestra mais gás carbônico emitidos na natureza do que muitos países que estão cobrando a gente para combater a ilegalidade. Aqui nós preservemos a maior parte do território; na França, na Itália eles plantam às margens dos rios e agora, na pandemia, começaram a derrubar matas, que não eram nativas, para abrir mais espaço para a plantação”, comenta. 

Jogo páreo 

Cadore diz que o Brasil deveria demarcar território como os países europeus estão tentando fazer com as commodities brasileiras. Segundo ele, as leis que tentam estabelecer o rastreamento da produção nacional têm viés econômico. 

O empresário cita o crescimento da exportação dos Estados Unidos para a Europa no ano passado na casa dos 30%, além da limitação dos europeus pela escassez do território disponível para produção em solo próprio. 

“Somos contrários a qualquer atitude de ilegalidade. O embasamento [da lei europeia] é sem sentido [para a demanda ambiental], está transvestido pelo lado econômico. Nós [produtores brasileiros] levamos uma invertida no mercado internacional em 2022, eles exportaram mais pra gente do que nós pra eles”, disse. 

Cadore defende que o governo brasileiro cobre o cumprimento das mesmas regras dos estrangeiros para se instalarem no país e receberem alvará de entrada de mercadoria. Seria uma forma de defender a produção e o consumo nacionais. 

“O ministro Carlos Fávaro conhece as necessidades do setor agro e o tamanho dele para a balança comercial do país. Mas, sabemos que o Ministério da Agricultura (Mapa) tem suas limitações e depende de outros ministérios, como o da Economia e o do Meio Ambiente. Esperamos que ele não cometa o erro de cair nas armadilhas das ideologias ambientais”, afirma.

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