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Após polêmica, Imperatriz mudou nome da ala “Os fazendeiros e seus agrotóxicos” para “O uso indevido dos agrotóxicos”
A Imperatriz Leopoldinense amargou o sétimo lugar no Grupo Especial das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. A votação foi realizada nesta quarta-feira (1º).
Desde o início dos preparativos para o carnaval, a escola foi o centro de uma polêmica envolvendo o samba-enredo, que irritou o agronegócio. O tema escolhido foi o Xingu, região do Nordeste de Mato Grosso reconhecida como parque indígena em 1961. Atualmente, a reserva tem 2,6 milhões de hectares e abriga ao menos seis povos diferentes.
A Imperatriz levou para a Sapucaí uma das maiores lideranças indígenas do mundo, o cacique Raoni Metuktire, e criticou à cobiça do caraíba – o homem não índio – que “sangra” o país, segundo a canção criada.
Fez referência ao “belo monstro” que “devora as matas e seca os rios”, num trocadilho com a usina hidrelétrica de Belo Monte. Também foram retratadas a fauna e flora do Xingu, os rituais sagrados dos povos e a influência do homem não índio na natureza.
Dias antes do desfile, a ala mais polêmica, com foliões identificados com a caveira que simboliza substâncias tóxicas, teve o nome alterado de “Os fazendeiros e seus agrotóxicos” para “O uso indevido dos agrotóxicos” após encontro da diretoria da escola com representantes da Sociedade Rural Brasileira (SRB) e críticas por parte da bancada ruralista do Congresso.
Na outra ponta, a Articulação Nacional de Agroecologia e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) defenderam a escola, apontando exagero dos representantes do agronegócio.