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Empreiteira da Copa atrasa obras de escolas técnicas estaduais em Mato Grosso

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Empreiteira da Copa atrasa obras de escolas técnicas estaduais em Mato Grosso

Gabriele Schimanoski/O Livre

Obras escola técnica em Água Boa

Vistoria em obra de escola técnica estadual em Água Boa: se o trabalho não acelerar, não há inauguração neste ano

As obras das escolas técnicas estaduais de Água Boa, Primavera do Leste e Campo Verde estão com o cronograma atrasado e correm o risco de não serem entregues até o final deste ano. O motivo? A empresa vencedora da licitação, a Primus Incorporação e Construção (antiga “Engeglobal”), estaria passando por problemas financeiros e não teria recursos para dar celeridade às obras.

Somados, os investimentos chegam a R$ 37,5 milhões, ou R$ 12,5 milhões por unidade. O secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Domingos Sávio, deu um prazo para que até março a medição da obra chegue aos 5% ao mês, sob pena de encerrar o contrato com a empreiteira.

“Isso é algo que não gostaríamos de fazer, muito menos judicializar as obras, mas se não tiver outro jeito, será feito. A população aguarda com ansiedade a entrega dessas escolas”, afirmou.

A escola técnica estadual de Água Boa, por exemplo, começou a ser construída em setembro de 2016 e deveria ter sido entregue um ano depois, o que não ocorreu.

Segundo o engenheiro civil da Primus, responsável pela obra, Pedro Vettori, o motivo principal do atraso foi provocado por uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que embargou a obra por falta de segurança no canteiro de obras. “Mas isso já foi resolvido”, afirmou.

Vettori argumentou que o ritmo da obra ficou aquém do esperado, pois o embargo veio no final do ano. “Andamos com a marcha mais lenta em novembro, dezembro e janeiro”, justificou.

A previsão, segundo o engenheiro, é aumentar o efetivo em pelo menos 20 trabalhadores. Hoje, apenas oito tocam a execução do projeto. “Aumentando o efetivo, consequentemente a porcentagem da medição também aumentará e tende a chegar aos 5% desejados pela Secitec”.

Os recursos são repassados mês a mês pelo Estado, de acordo com a medição da obra executada. Otimista, Vettori acredita que nos próximos meses a equipe tenha “picos” de produção e alcance até 7% de medição da obra por mês. “Nosso objetivo é entregar a obra até o final do ano”, garantiu.

Juntas as três unidades tocadas pela empreiteira devem atender ao menos seis mil alunos, divididos em cursos técnicos de hospedagem, secretariado, enfermagem e até mecatrônica.

“É uma situação complicada, porque às vezes a população pensa que é o secretário, mas não é. Estamos cobrando e exigindo uma resposta rápida por parte da empreiteira”, ressaltou Domingos Sávio.

Essas não são as primeiras obras da Primus que apresentam problemas ou atrasos no cronograma. A empreiteira também é responsável por tocar importantes obras herdadas da Copa do Mundo de 2014 na capital mato-grossense, entre elas os Centros Oficiais de Treinamento (COT), a reforma do Aeroporto Marechal Rondon e a readequação do Córrego 8 de Abril.

Os Centros e a nova rotatória do Córrego 8 de Abril deveriam ter sido entregues há pelo menos quatro anos. Já o aeroporto apresentou problemas estruturais e parte precisou ser refeita.

Fronteira agrícola
Para o prefeito de Água Boa, Mauro Rosa da Silva, a obra da escola técnica local é de extrema importância para a capacitação de mão obra na região que cresce a passos largos.

“Enquanto Mato Grosso registra crescimento de 4%, a região do Araguaia cresce de 10% a 12% ao ano”, revelou.

Segundo o prefeito a demanda por conhecimento é grande e qualquer atraso atinge diretamente na economia do município. “Hoje nós temos aí a maior fronteira agrícola do país, em uma região extremamente carente de profissionais com conhecimento técnico. Precisamos superar essa barreira”.

Cada escola terá 5,5 mil metros quadrados, 12 salas de aulas, 5 laboratórios específicos e 6 gerais, biblioteca, auditório, ginásio e parte administrativa. Hoje existem dez ETE em funcionamento em Mato Grosso.

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