Ednilson Aguiar/Olivre
Prefeito teria recebido propina do ex-governador Silval Barbosa; ele nega
O ex-deputado estadual e atual prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (PMDB) teria escondido computadores com informações supostamente comprometedoras na residência de sua mãe, Maria Helena de Freitas Pinheiro.
O prefeito foi alvo da 12ª fase da Operação Ararath, chamada de Malebolge. Conforme denúncia anônima recebida pela Polícia Federal, Pinheiro teria levado os CPUs para a casa da mãe antes da operação ser deflagrada, em 14 de setembro. A informação foi divulgada pelo site HiperNotícias nesta segunda-feira (27).
Segundo o site, depois de receber a denúncia, a PF confirmou que se tratava do apartamento de Maria Helena Pinheiro, localizado no edifício Anita Malfati, em Cuiabá. O documento, ainda segundo o site, não diz se a PF realizou buscas no local.
Emanuel é acusado pelo ex-governador Silval Barbosa de ter recebido uma propina mensal para votar projetos favoráveis ao governo na Assembleia Legislativa.
Malebolge
Com a deflagração da 12º fase da Ararath foram realizadas buscas na casa de Emanuel. A Polícia Federal chegou a recolher cadernos, agendas, computadores, celulares e um certificado de autenticidade de um brinco, avaliado em US$ 9,3 mil, além de um cheque de R$ 105 mil.
Em sua delação premiada, Silval Barbosa entregou uma série de vídeos em que deputados aparecem recebendo maços de dinheiro que o ex-governador diz ser referente a propina.
Em um dos vídeos, Emanuel Pinheiro aparece enchendo os bolsos do paletó com maços de dinheiro – ele chega a deixar um maço cair, mas o recolhe. Ao final da gravação, o prefeito ainda fala em tom de amizade com Silvio Araújo.
Emanuel nega as alegações de Silval e diz que o valor repassado pelo ex-chefe de gabinete do governador, Silvio Cezar Correa Araújo, era referente ao pagamento de uma pesquisa eleitoral realizada por seu irmão, Marco Polo Pinheiro.
As investigações sobre o caso se encontram no Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria do ministro Luiz Fux. Os documentos da Polícia Federal foram encaminhados no dia 23 de novembro.
Em Cuiabá, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Vereadores avalia a possibilidade de cassação do prefeito por quebra de decoro.
O LIVRE entrou em contato com a assessoria do Prefeito, mas ainda não obteve retorno. A defesa dele não foi encontrada.