Agência Brasil
Presidente Michel Temer, em pronunciamento neste sábado, no Palácio do Planalto
Em um discurso de 12 minutos no início da tarde de sábado, o presidente Michel Temer reafirmou sua permanência no cargo e se disse vítima de “uma montagem”.
“Uma gravação clandestina foi manipulada, adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos e incluída no inquérito sem a devida averiguação”, afirmou.
Temer se referia à gravação de um diálogo que manteve com o empresário Joesley Batista, da JBS, e que foi anexado em um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
Reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo trouxe o resultado de uma perícia que constatou mais de 50 edições no áudio apresentado pelo empresário.
“Houve grande planejamento para realizar esse grampo, depois uma montagem para incriminar alguns, enquanto outros voam para fora do país, em segurança”, disse.
Segundo o presidente, o empresário da JBS cometeu o “crime perfeito”. “O autor do grampo está livre e solto, passeando pelas ruas de Nova York, enquanto o Brasil vive dias de incerteza. Ele não passou nenhum dia na cadeia, não foi julgado, não foi punido e, pelo jeito, não será”.
Temer anunciou que irá pedir ao STF a suspensão do inquérito relacionado ao caso “até que seja verificada em definitivo a autenticidade da gravação clandestina”.
Em relação a um dos pontos mais críticos do aúdio (trecho em que, segundo a reportagem da Folha, a perícia não constatou edição), Temer negou ter incentivado a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. E afirmou que os pedidos de Batista, a quem chamou de “falastrão”, não foram atendidos
“No caso central de sua delação, fica patente o fracasso de sua ação, pois o governo não atendeu a seus pedidos”, declarou. “O Brasil não sairá dos trilhos (…) eu continuarei à frente do governo.”
