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Dez livros de autores mato-grossenses chegam ao mercado

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Dez livros de autores mato-grossenses chegam ao mercado

Divulgação

Livros 2 Prêmio Mato Grosso de Literatura

Dez novos títulos de autores mato-grossenses chegam ao mercado nesta quarta-feira (25). Logo mais às 19h30, no Salão Nobre Cloves Vettorato, no Palácio Paiaguás, ocorre o lançamento das obras selecionadas no 2º Prêmio Mato Grosso de Literatura.

A cerimônia contará com a presença do governador Pedro Taques e do secretário de Estado de Cultura, Leandro Carvalho, além dos autores premiados, comunidade literária, autoridades e comunidade. A solenidade é aberta ao público.

Com um total de 89 inscrições, a segunda edição do certame se consolida como uma das principais vitrines para os escritores residentes em Mato Grosso. Foram selecionadas 10 obras literárias contempladas com R$ 30 mil cada, totalizando R$ 300 mil investimentos. 

Os trabalhos selecionados são inéditos e contemplam as seguintes categorias: duas obras em poesia, quatro obras em prosa, duas obras na categoria revelação e duas obras na categoria infantojuvenil, uma novidade na segunda edição do certame.

As obras literárias inscritas nesta segunda edição do prêmio foram submetidas a duas comissões, a de Habilitação e a de Avaliação Técnica, esta última composta por profissionais de reconhecido mérito e competência no meio literário. Cada projeto foi avaliado por três pareceristas de notório saber, sendo eles a Profª Draª Vera Lúcia da Rocha Maquês, Agnaldo Rodrigues da Silva, membro da Academia Mato-grossense de Letras e o professor doutor Dante Gatto.

Confira os autores e obras vencedoras do 2º Prêmio MT de Literatura

CATEGORIA POESIA

Gênero, número, Graal, de Luiz Renato Souza Pinto
A obra reúne 85 poemas que atravessam os anos de 1990, 2000 até a década atual e é dividido em cinco partes: sinto, corpo, neutro, azul e face. Cada uma dessas palavras é componente do Poema do Ato Final, que aparece nas páginas centrais. Esse poema foi publicado na revista Vôte nos anos 1990.
Luiz Renato Souza Pinto é autor de Cardápio Poético (1993), dos romances Matrinchã do Teles Pires (1998), Flor do Ingá (2014) e, em parceria com o pernambucano Carlos Barros, Duplo Sentido (2016), este último de crônicas.

Entraves, de Divanize Carbonieri
Entraves é composto de 30 poemas, todos escritos ao longo de 2016. Esse também é o título de um poema individual que concentra, de forma mais intensa, uma das principais temáticas exploradas durante todo o livro e que envolve as noções de empecilho, obstáculo, dificuldade. Além da temática, a própria concepção poética é marcada por essas ideias, constituindo uma espécie de “poesia em traves”. Os poemas são elaborados com uma linguagem simbólica hermética, sendo caracterizados por certo travamento na leitura e no que seria a produção de significados diretos. O leitor é convidado a oferecer as chaves que abrirão as travas do discurso poético, possibilitando uma multiplicidade de leituras. Os poemas possivelmente ainda podem ser entendidos como verdadeiros aforismos, invocando uma reflexão filosófica a respeito de diversos aspectos da vida, como sua finitude, sua relação com a morte e com a coexistência/oposição entre corpo e espírito.

CATEGORIA PROSA

Os mesmos, de Teodorico Campos de Almeida Filho
É uma obra incomum por retratar o comum de maneira inteligente, sem abrir mão da sensibilidade na análise das questões inerentes as seres humanos. As lutas existenciais, tão comuns nestes tempos angustiosos, a impotência diante do inesperado, leva o leitor a desacreditar de melhores dias. “Acreditar é o que nos resta. E o livro nos traz essa certeza através da candura resiliente do Canguçu, o personagem principal. Renascer a cada dia é o caminho a trilhar. Mesmo chicoteado pela vida, Canguçu prossegue a marcha, buscando encontrar-se, pois a felicidade pode estar em outros dias aonde a sua imaginação o levaria. Na jornada, por breves instantes, como fagulhas ao vento, sentimo-nos felizes como se assim fossemos por todo o sempre. Esses peculiares momentos valem por uma vida. São bálsamos aplicados nas mataduras causadas pelas cangalhas do tempo. Porém, amargurados prosseguimos, frustrados pelas decepções. Nessa jornada existencial, é indispensável ser, lutar até vencer, na vida ou a vida, chorar e morrer”, diz o autor. 

O assassinato na Casa Barão, de Marcelo Leite Ferraz
Trata-se de uma crônica ficcional – em formato de um romance – instigante e envolvente que narra uma série de acontecimentos misteriosos que vêm abalando as estruturas sociais e institucionais de Mato Grosso. Com a engenhosidade literária que lhe é peculiar, Ferraz tece uma teia secreta de mistérios que provocam uma redoma impactante de acontecimentos sucessivos na vida do protagonista da trama, levando o leitor a se envolver, de forma surpreendente, na narrativa. Para isso, o jovem escritor se utilizou de um personagem central cativante e ao mesmo tempo inquietante, que traz à tona o perfil de um jornalista com o “DNA” próprio do repórter investigativo. E desta maneira virtuosa e singular, misturando ficção com vestígios de realidade, o autor nos leva ao excitante e enigmático submundo da investigação policial e jornalística.

Contos do Corte, de Afonso Henrique Rodrigues Alves

O enigma que nos propõe Afonso nestes contos passa macunaimicamente pelos sucessivos cortes entre as partes do livro e a própria diversidade dos contos. “Em Afonso, tanto a memória como o conhecimento, tanto a imaginação quanto a realidade se imbricam e formam uma escrita densa e ágil que salta ou segue ao sabor da aventura literária”, diz o poeta e escritor Aclyse de Mattos Segundo o autor, Contos do Corte traz reflexões sobre a brevidade da vida, colocando ênfase em momentos cruciais. A maioria das histórias de Contos do Corte nasceu em sonhos ou depois de meditação. 

As intermitências da água, de Fernando Gil Paiva Martins
Narra a história de uma cidade que passa por um fenômeno atípico de muita chuva em excesso seguido de seca em igual escala. Diante dos extremos causados pela natureza, a condição humana se põe à prova de muitos desafios e, acima de tudo, escolhas. Com isso, muitos terão que decidir o seu presente e, logo, também o seu futuro. O que cada um escolhe para si é um mistério que se revela a cada página, a cada gota que não cai a cada quilômetro percorrido.

CATEGORIA INFANTOJUVENIL

Papo cabeça de criança travessa, de Maria Cristina de Aguiar Campos
Inspira-se nas coisas surpreendentes que as crianças dizem, de modo espontâneo. A autora as foi registrando num caderninho que sempre carrega consigo; e também inventou algumas situações, dando ouvidos e vazão à sua própria criança interior. As situações registradas revelam, de modo lúdico, a potência inaugural da palavra poética através de hipóteses surpreendentes que o ser humano elabora na fase de aquisição da linguagem e (re)conhecimento do mundo.

Mundo dos sonhos, o ferreiro e a cartola, de Victor Hugo Machado dos Anjos
Salvar o Mundo dos Sonhos. Essa é a missão confiada à pequena Rita. Depois de aceitar a proposta de um desconhecido, após encontrar uma cartola caída em seu quintal, Rita decide salvar um mundo onde tudo pode acontecer, somente para ter o seu irmão mais novo e sua mãe de volta em casa. Mal sabe ela quais mistérios à aguardam nessa jornada. Os nossos sonhos. Afinal, por que sonhamos? E se algum dia deixássemos de sonhar porque esse mundo paralelo à nossa realidade estivesse sendo ameaçado? Não seria nada agradável dormir durante a noite sem poder sonhar com os nossos maiores desejos. É por isso que o Ferreiro do Mundo dos Sonhos decide recorrer à ajuda de uma menina de dez anos, chamada Rita. Até porque, existe apenas uma maneira de salvar o Mundo dos Sonhos. Basta acreditar!

CATEGORIA REVELAÇÃO

Nu, de Helena Werneck dos Santos
O livro NU, da escritora adolescente Helena Werneck dos Santos, de Cuiabá, é um compêndio com 80 poesias inéditas da obra da poetisa. Apesar de ter 17 anos, Helena é uma escritora contumaz. Desde que aprendeu a ler e escrever, demonstra amor pelos livros e, justamente na adolescência, o desejo de escrever poesias aflorou. O livro é apresentado pela poetisa Lucinda Persona, um dos ícones da literatura mato-grossense,e é de fato uma revelação no mundo literário local. Para Lucinda “as elaborações de Helena provocam, a cada trecho, um pausado espanto, pela adolescência dos tons ao lado de uma maturidade afetiva angustiada. Seria o caso de se dizer que na claridade juvenil perpassa a sombra da angústia.” Helena Werneck dos Santos, nasceu em 4 de maio de 2000, em Cuiabá. Cursa o Ensino Médio no Instituto Federal de Mato Grosso. É vestibulanda e convive com a ansiedade e as angústias da escolha, tão presentes nos jovens de sua geração. Os poemas de Nu foram escritos em 2016, quando vivia os dilemas dos seus 16 anos. “Minha mãe lia para mim desde criança. Isso me levou ao gosto pela literatura e poesia bem cedo. Eu sempre escrevi muito… e aí chegou um momento em que percebi que eu gostava muito mais de escrever poesia do que das outras coisas… ela traduz momentos que vivi”.

Tikare, alma de gato, de Alexandre Marcos Rolim de Moraes
Conta a história de um pequeno índio da etnia Paresi-aliti que habita o imenso Chapadão do Parecis. O indiozinho, de 14 ou 15 anos, vive momentos de aprendizado de sua própria cultura, costumes, tradições e mitos de seu povo, repassados tradicionalmente de forma oral de geração para geração.
O enredo se desenvolve em uma aldeia imaginária na cabeceira de um rio na primeira metade do século XVIII, onde reina a paz e tranquilidade entre os indígenas coletores, caçadores e pescadores. De repente, em meio a essa paz, o Reino dos Haliti é surpreendido pela chegada dos não-índios, bandeirantes que estavam em busca de riquezas minerais e mão-de-obra escrava para trabalhar nas jazidas de ouro e diamante. Tikare, o pequeno índio, se vê em meio a ocorrências que podem transformar a história de seu povo para sempre.

(Com Assessoria) 

 

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