Política

Cuiabá: vereadores precisam superar retrospecto negativo e “mandato fraco” para se reelegerem

Eleitores tiraram o mandato da maioria dos políticos de carreira e novatos nas duas últimas eleições municipais

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Cuiabá: vereadores precisam superar retrospecto negativo e “mandato fraco” para se reelegerem
(Foto: Secom/Câmara dos Vereadores de Cuiabá)

Os vereadores de Cuiabá entrarão na eleição 2024 com retrospecto negativo para as suas intenções de renovar o mandato. A maioria dos concorrentes que estavam no mandato não conseguiu continuar.

Desgosto com as reeleições

Em 2016 e 2020, a Câmara teve os percentuais mais altos de troca de eleitos, com a rejeição de mais 50% das campanhas de reeleição.

No primeiro ano, apenas 12 dos 25 vereadores foram reeleitos. O índice de reprovação foi de 52%. O resultado significou o fim do histórico de mandato para vários políticos que estavam há 8 anos seguidos no cargo.

No segundo ano, houve um novo recorde contra as reeleições. Dos 25 vereadores, 11 continuaram no cargo, 56% de rejeição. Esse resultado teve um sentido mais forte.

A maioria dos vereadores de primeiro mandato não convenceu os eleitores a deixá-los por mais tempo no cargo. Até quem vinha de ao menos 2 mandatos seguidos, que conseguiu passar em 2016, foi frustrado.

O cientista político João Edisom diz que os vereadores de agora devem ter dificuldade equivalente para a reeleição. Com o fator a mais da própria atuação: ninguém conseguiu se destacar.

“Em 2020, os vereadores que tinham se destacado em sua própria maneira, conseguiram passar para um posição mais alta. O Abílio [Brunini (PL)] foi eleito a deputado federal, o Diego Guimarães (Republicanos), agora está na Assembleia Legislativa. Quem se destacou na composição de agora? Não vejo ninguém que sobressaia”, comentou.

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Acomodação na base

Dos 25 vereadores que devem tentar reeleição, 14 estão no primeiro mandato. Eles passaram a maior parte do exercício na base de apoio ao prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).

A escolha implicou nas decisões tomadas na Câmara. Nos últimos 3 anos, a oposição chegou a se restringir a 5 vereadores lá pela metade do mandato. Nos momentos mais relevantes, o grupo chegou a 7 vereadores.

A variação do tamanho de baixa expressão pode ser medida pelo número de vezes que foram arquivados pedidos de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra o prefeito.

Eram necessárias 8 assinaturas para encaminhar as investigações, 30% de todos os vereadores.

Paralelamente, alguns vereadores chegaram a ser citados como beneficiados com emprego para parentes em secretarias na investigação aberta pelo Ministério Público do Estado (MPE) sobre improbidade administrativa.

João Edisom afirma que estratégia da campanha em 2024 deve passar pela renovação de discurso, de afastamento de Emanuel Pinheiro.

“Eles têm tempo para isso. Passaram o mandato todo na base e agora tendem a usar isso como experiência do que não deu certo. Se vai dar certo, aí é outra coisa”, disse.

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