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Cuiabá é a segunda cidade com mais usuários dos aplicativos de mobilidade urbana

Dentre os entrevistados, 15% confirmaram fazer uso do serviço, segundo o IPEA

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Cuiabá é a segunda cidade com mais usuários dos aplicativos de mobilidade urbana
Imagem ilustrativa

Cuiabá é a segunda cidade com mais usuários dos aplicativos de “ride-hailing”, ou seja, de mobilidade urbana. Na capital mato-grossense, a taxa de uso do serviço chega a 15%, perdendo apenas para Porto Alegre (RS), cujo índice é de 17%. O apontamento foi feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

O levantamento utiliza os microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A análise dos dados foi divulgada nesta semana, na qual foram entrevistadas mais de 100 mil pessoas, em 69.960 domicílios. Conforme o estudo, o desenho amostral permite inferir resultados em nível nacional, estadual e de regiões metropolitanas (RM), além de indicar o cenário das capitais.

Segundo a pesquisa, no Brasil, em 2018, após a chegada dos serviços no país, 3,1% das pessoas acima de 15 anos de idade e com despesa em transporte declararam consumir algum serviço de mobilidade por aplicativo.

Já na capital mato-grossense, o índice é cinco vezes maior do que o número nacional. A região metropolitana também supera a taxa brasileira, neste caso, ficou em 5%.

O presidente da Associação dos Motoristas por Aplicativo do Estado de Mato Grosso (AMA-MT), Cleber Cardoso Silva, comenta que a realidade de uso do serviço se espalha por todo Estado. “Somos um Estado que mais usa o serviço, se observarmos a proporção com as outras unidades da federação”, reforça.

Porém, segundo Silva, o preço das viagens é muito baixo. O representante dos motoristas exemplifica: o transporte de um passageiro, do Centro de Cuiabá até um dos shoppings da cidade, pode custar R$ 8, em preço comum. Na tarifa dinâmica, sobe um pouco, indo para R$ 12.

Esses valores fogem ao identificado pela pesquisa que pontuou que, um dos principais fatores explicativos da variação entre os usuários é a renda. “O preço médio das viagens cresce junto com a renda, mantendo-se estável na primeira metade da distribuição, ficando em torno dos R$ 18,10 em média, e aumentando no topo da pirâmide, indo para o patamar de R$ 24,90”, explica o estudo.

Quem mais usa o serviço?

(Foto: Ketut Subiyanto / Pexels)

A análise do IBGE indica ainda que o uso dos aplicativos é maior entre pessoas da faixa etária de 15 a 34 anos. Essa maior adesão ao serviço “pode ser explicada em grande medida pela maior abertura dessa população às inovações tecnológicas e ao uso do smartphone”, pontua.

Outro fator que pode influenciar nisso é a “menor probabilidade (dos jovens) possuírem automóveis próprios, sendo mais dependentes e propensos a meios alternativos”, complementa o estudo.

Nesse sentido, a pesquisa indicia ainda que as mulheres apresentam taxa de utilização de 3,6% – o dobro da de homens – e são a maioria dos usuários brasileiros de “ride-hailing”, constituindo 63,5% do total.

“A sobrerrepresentação feminina, porém, é observada também entre usuários brasileiros de táxi e transporte público, enquanto para o automóvel particular a relação se inverte, e a maioria dos usuários é homem”, destaca. “No Brasil, mulheres apresentam menores taxas de posse de habilitação de motoristas e possuem padrões de mobilidade urbana bastante diferentes dos padrões dos homens, com prevalência de viagens mais curtas e espaçadas ao longo do dia”, complementa.

Silva estima que, de cada 10 viagens feitas, 7 são de mulheres jovens. Durante a semana, de segunda a sexta-feira, nos períodos matutino e vespertino, o destino é o trabalho. Aos sábados, no início da tarde, já começam as viagens de lazer. À noite, o destino são as regiões de balada da cidade.

“Levamos os passageiros para a Praça Popular e a região da Beira Rio. Aos domingos, o pessoal vai, principalmente, para as igrejas”, diz o presidente. “De manhã, a maioria são os católicos e, à noite, os evangélicos”, completa.

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