Eleições

Cresce número de prefeitos e vereadores indígenas

Mato Grosso elegeu 11 indígenas no último domingo e figura na sétima posição no ranking nacional

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Cresce número de prefeitos e vereadores indígenas
(Foto: Laycer Tomaz/Agência Câmara de Notícias)

O número de indígenas eleitos prefeitos e vereadores cresceu nestas eleições no Brasil. Os prefeitos indígenas passaram de seis para oito, na comparação com as eleições de 2016. Já os vereadores aumentaram de 168 para 179.

Contando com os vice-prefeitos, 197 indígenas saíram vitoriosos nas eleições do último domingo, contra 184 em 2016.

O aumento pode estar relacionado ao crescimento do número de candidaturas indígenas, que subiu de 1.745, nas eleições de 2016, para 2.216, neste ano.

A tendência foi observada em todos os cargos. Os candidatos a prefeito passaram de 30 para 40; vice-prefeitos, de 62 para 76; e vereadores, de 1.623 para 2.100.

Os partidos que mais elegeram candidatos indígenas foram o PT (24 eleitos), MDB (23), PSD (19), PP (15) e DEM (14). Todos eles aumentaram o número de indígenas eleitos, na comparação com as eleições de 2016.

O crescimento de indígenas eleitos também foi maior em Estados que já tinham maior número de representantes eleitos.

No Amazonas, os indígenas eleitos passaram de 30 para 38 neste ano; na Paraíba, de 13 para 18; em Roraima, de 13 para 15.

No entanto, a representação indígena diminuiu em outros Estados, incluindo Pernambuco (de 18 para 14), Bahia (de 14 para 9) e Acre (9 para 6).

Bom, mas pode melhorar

Os resultados foram comemorados pela deputada Joenia Wapichana (Rede-RR), a única representante indígena no Congresso Nacional. No entanto, ela afirma que ainda são necessárias mudanças para melhorar a representação indígena na política.

Ela reivindica, por exemplo, maior investimento do fundo partidário e eleitoral e melhor distribuição de urnas eletrônicas em comunidades indígenas.

Joenia Wapichana explica que as comunidades indígenas têm diferentes realidades se comparadas a centros urbanos. “Temos dificuldade de acesso a locais de urna, que ainda precisam estar mais próximas das comunidades indígenas”, lamentou.

A deputada também propõe que o fundo partidário seja utilizado para formação política de indígenas, especialmente de mulheres. “Temos, sim, esse direito de fazer parte da política brasileira, tanto no votar e no ser votado”.

Preconceito

Na avaliação da parlamentar, a candidatura indígena ainda sofre preconceito. “Dentro das próprias comunidades, consideram que voto indígena é fácil de ser conquistado com assistencialismo e compra de voto, o que é vergonhoso”, indigna-se.

Joenia Wapichana também aponta para falta de acesso aos meios de comunicação, como internet e televisão, o que dificulta o combate a notícias falsas. “É preciso levar às comunidades informação sobre quem está realmente fazendo uma política limpa, digna e combatendo a corrupção”, afirmou.

(Com Agência Câmara de Notícias)

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