Ednilson Aguiar/Olivre
Emanuel Pinheiro: “CPI do Paletó” aberta na Câmara de Cuiabá definiu os nomes dos primeiros depoentes
O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e seu ex-chefe de gabinete Silvio César Correa estão entre os dez primeiros convocados para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Paletó, que investiga suposta quebra de decoro e obstrução da Justiça do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB). Os dois delatores foram os responsáveis pela gravação em que Emanuel aparece recebendo dinheiro e guardando no bolso do paletó.
Os nomes dos convocados foram definidos nesta quarta-feira (6) e os depoimentos começam em fevereiro de 2018. O servidor Valdecir Cardoso de Almeida, responsável por instalar a câmera no gabinete de Silvio, também será convocado. Segundo os delatores, o dinheiro era de propina para que os então deputados estaduais aprovassem projetos do governo.
O irmão do prefeito, Marco Polo Pinheiro, conhecido como Popó, também está entre os convocados. A defesa de Emanuel alegou que o dinheiro recebido por ele no vídeo era para pagar uma dívida de Silval com o instituto de pesquisa Mark, que pertence a Popó.
O ex-secretário de Indústria e Comércio Allan Zanata também será ouvido. Ele gravou uma conversa com Silvio e entregou a Emanuel Pinheiro. O áudio foi apreendido pela Polícia Federal durante a Operação Malebolge.
Também será convocado o perito judicial Alexandre Perez, que fez uma perícia no áudio gravado por Zanata e apontou que não houve edição da gravação. A gravação e a perícia foram usados pela defesa de Emanuel para pedir a anulação da delação de Silval, mas o pedido foi negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O último a ser ouvido será Emanuel Pinheiro. “O Código do Processo Penal tem um rito, e estabelece que o acusado é o último a ser ouvido. Vamos aplicar aqui na CPI, para evitar nulidade”, afirmou o presidente da CPI, o vereador Marcelo Bussiki, via assessoria.
Além disso, serão convidados o delegado da Polícia Federal Wilson Rodrigues de Souza Filho e os agentes Adha de Oliveira Omote e Marcelo Pimenta Orge, que cumpriram mandados na Operação Malebolge. Eles também assinaram o relatório da perícia técnica no áudio gravado por Zanata e apuram a denúncia de que Emanuel teria escondido computadores com informações comprometedoras na casa de sua mãe.