Mato Grosso

Com 13 votos, Câmara de Cuiabá cassa mandato de Marcos Paccola

Vereador matou um homem no centro de Cuiabá e perdeu o mandato por quebra de decoro parlamentar

3 minutos de leitura
Com 13 votos, Câmara de Cuiabá cassa mandato de Marcos Paccola
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

A Câmara de Cuiabá acabou de cassar o mandato do vereador Marcos Paccola. Tenente-coronel da reserva, ele foi acusado de quebra de decoro parlamentar pela morte do agente do sistema socioeducativo, Alexandre Myiagawa, durante uma confusão no centro da Capital.

Na sessão realizada nesta quarta-feira (5) foram 13 votos pela cassação, 5 contra e 3 abstenções.

Outros quatro vereadores estavam ausentes. São eles: Cezinha Nascimento, Didimo Vovô, Marcream Santos, Paulo Henrique.

Veja a lista dos favoráveis:

  • Adevair Cabral
  • Chico 2000
  • Dr Licinio
  • Ricardo saad
  • Edna Sampaio
  • Juca do Guaraná
  • Kassio Coelho
  • Lilo Pinheiro
  • Marcus Brito Jr.
  • Mario Nadaf
  • Rodrigo Arruda e Sá
  • Sargento Vidal
  • Wilson Kero Kero

Veja os votos contrários:

  • Demilson Nogueira
  • Paulo Peixe
  • Renato Mota
  • Sargento Joelson
  • Marcos Paccola

Veja quem se absteve:

  • Luiz Fernando
  • Felipe Corrêa
  • Michele Alencar

O pedido de cassação

Responsável pela apresentação do pedido de cassação, a vereadora Edna Sampaio (PT) usou seu espaço de fala para defender a perda de mandato do colega.

“Se esta Casa não aprovar a cassação, será julgada pela população de Cuiabá, pelo Estado e pelo Brasil. Esta Casa vai dizer o que é ou não tolerável para ela”, definiu.

A vereadora lembrou outras cassações já realizadas pela Câmara, como a de Ralf Leite e Abilio Brunini. Contudo, disse Edna, nenhum dos casos envolvia alguém que atirou pelas costas em um servidor público.

“Não podemos sair com a sensação de impunidade. Estamos discutindo se essa Casa aceita o assassinato, o que para nós, é quebra de decoro”, frisou.

Defesa dos colegas

Para o vereador Renato Mota (Podemos), suplente de Dilemário Alencar (Podemos), no momento em que agiu, Paccola não estaria no exercício da atividade de vereador, mas sim, de policial.

Inclusive, Mota comentou que o colega parlamentar foi eleito pelo povo que sabia de sua atividade como militar.

“Estamos falando de um agente da polícia, tem o dever de agir, 24 horas por dia, sob pena de responder por omissão”, destacou.

O que Paccola alegou?

Paccola realizou sua própria defesa durante a sessão. Enquanto o parlamentar estava na tribuna, os familiares e amigos de Alexandre Myiagawa se manifestavam com vaias e gritos de “assassino”.

Já os apoiadores de Paccola, mantinham expostas diversas faixas.

Elia Miyagawa, mãe do agente morto, e demais familiares e amigos (Foto: Natália Araújo)

Assim que começou a falar, o vereador dirigiu-se à família de Alexandre.

“Em momento algum me senti feliz ou satisfeito com o resultado”, pontuou. “Não era esse o destino que eu gostaria para a minha vida ou de Alexandre”, completou.

O vereador, novamente, pediu aos demais colegas que votem de acordo com “suas próprias convicções”, sem influências externas.

Recurso na Justiça

Paccola tambem antecipou que deve recorrer à Justiça. Segundo ele, há pontos de nulidade no processo da Câmara, como o fato de a Comissão de Ética ter considerado desnecessário ouvir as testemunhas indicadas pela defesa.

O parlamentar questionou essa dispensa, uma vez que a indicação das testemunhas seria para analisar a conduta do dia do crime. O que, segundo Paccola, foi exatamente o alvo do julgamento de hoje.

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