A bancada federal de Mato Grosso está dividida para a eleição da presidência da Câmara dos Deputados, que ocorre no dia 1º de fevereiro.
Dos oito parlamentares, quatro votarão no deputado federal Arthur Lira (PP-AL) e outros três no deputado federal Baleia Rossi MDB-(SP). Ainda são candidatos os deputados Capitão Augusto (PL-SP), Fábio Ramalho (MDB-MG) e André Janones (Avante-MG).
A favor de Arthur Lira estão os deputados Neri Geller (PP), Nelson Barbudo (PSL), Leonardo Albuquerque (Solidariedade) e José Medeiros (Podemos).
Do outro lado, a favor de Baleia Rossi estão os deputados Carlos Bezerra e Juarez Costa, ambos do MDB, e Rosa Neide (PT). Já Emanuelzinho (PTB) é o único que até o momento mantém neutralidade.
Até o momento, só Arthur Lira veio até Mato Grosso, no dia 8 de janeiro, para pedir votos aos parlamentares e ainda conversar com o governador Mauro Mendes.
Pautas estratégicas e ruptura com Maia
Ex-ministro da Agricultura no governo Dilma Rousseff (PT) e membro da bancada ruralista, o deputado federal Neri Geller diz que vota em Arthur Lira porque o parlamentar alagoano e já votou a favor de Mato Grosso em pautas estratégicas no Congresso Nacional.
“A aprovação da compensação da Lei Kandir contou com o apoio do deputado Arthur Lira. Chegando à presidência da Câmara dos Deputados, com certeza discutiremos a questão ambiental e a regularização fundiária para impulsionar a economia mato-grossense”, diz.
O deputado Nelson Barbudo diz que vota em Lira porque representa uma ruptura com o atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que, em sua avaliação, prejudicou o país nos últimos dois anos.
“Várias pautas foram travadas pelo Rodrigo Maia com o claro intuito de prejudicar o presidente Bolsonaro. O Maia travou pautas e deixou caducar medidas provisórias de interesse do presidente Bolsonaro e do Brasil. Não tenho como votar em alguém apoiado por este senhor”, disse.
Barbudo ainda diz que o PSL caminha para votar em Arthur Lira. “Não tenho dúvida de que a maioria esmagadora do PSL vai votar nesse sentido. Precisamos de uma nova liderança, com novo espírito, à frente da Câmara Federal”, afirma.
O deputado Leonardo Albuquerque diz que Lira é uma aposta para que temas estratégicos, como a defesa do pantanal mato-grossense, ganhe mais espaço na Câmara dos Deputados.
“Não dá para aceitar que fique na gaveta os bons projetos desse país. Sabemos que o senhor tem a coragem de um líder para enfrentar. Eu sou do Pantanal e sei da importância do manejo correto do fogo. Por conta da falta de debate do Congresso Nacional que possa se reverter em políticas públicas tem fogo no Pantanal”, pontuou.
O parlamentar ainda cobrou mais coerência da Mesa Diretora nas discussões a respeito do pantanal mato-grossense. “Não adianta discutir Pantanal e colocar um parlamentar do Rio de Janeiro para patrocinar debates. Com todo respeito aos deputados, mas não tem coerência nenhuma”, disse.
O deputado federal José Medeiros manifesta apoio a Arthur Lira acreditando em uma pauta mais plural na Câmara dos Deputados.
“Tem certos que não passa pelo conhecimento dos deputados. É uma minoria que fala e manda na maioria. O presidente precisa ter visão para que alguns temas sejam colocadas em mãos de deputados que conheçam o tema. O Pantanal mesmo é tratado pelo vice-presidente da República e não pelos parlamentares que estão próximos às bases e tem conhecimento das demandas”, disse.
A favor de Baleia Rossi
Os deputados do MDB Carlos Bezerra e Juarez Costa irão acompanhar o partido e votar em Baleia Rossi. “É uma questão de consenso partidário. Além do mais, o MDB à frente da Câmara dos Deputados garante o equilíbrio das forças democráticas”, argumenta Bezerra.
Nacionalmente, o PT costura o apoio ao deputado paulista Baleia Rossi. A deputada mato-grossense Rosa Neide informou que vai seguir a orientação partidária.
“Mantenho diálogo com todos, mas sigo a orientação partidária”, disse.
O deputado Emanuelzinho foi convidado para ser um dos interlocutores da candidatura de Baleia Rossi. No entanto, até o momento, afirma não ter definido voto. “A discussão ainda prossegue”, pontuou.