Política

Abílio corre risco de “tapetão” e já sabe com quem não quer relações na Câmara Federal

Candidato com terceira maior votação para Câmara Federal, ex-vereador por Cuiabá ainda tem em seu encalço o conflito com Emanuel Pinheiro

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Abílio corre risco de “tapetão” e já sabe com quem não quer relações na Câmara Federal
(Foto: Ednilson Aguiar/O Livre)

Eleito para a Câmara Federal como o terceiro candidato mais votado em Mato Grosso, Abílio Brunini (PL) não dispensa polêmicas já para o início do próximo mandato. As maiores delas envolvem o conflito com prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), iniciado na sua época de vereador. 

Desde algumas horas de eleito, Abílio tem precisado lidar com o risco de não chegar a ser empossado no cargo. A Procuradoria Geral do Município (PGM) da Capital entrou com um recurso para evitar que ele seja diplomado no começo de 2023. 

O motivo seria a disputa sub-judice de Abílio nas eleições. Os 87.072 votos que ele recebeu foram computados por autorização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que considerou prejudicial a decisão que revisou a cassação de seu mandato de vereador. 

A polêmica antiga teve início com a fiscalização de órgãos e secretarias vinculados à prefeitura. Agora, o conflito ganhou uma segunda faceta. A proibição da Justiça de diplomação recolocaria o deputado federal Carlos Bezerra (MDB), próximo a Emanuel Pinheiro, de volta no páreo. 

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“As chances são mínimas de a Justiça conceder o recurso. Não foi nem a Câmara dos Vereadores que pediu, foi a Procuradoria do Município, órgão que não tem nada a ver com o processo [de cassação]. Estão tentando me derrubar no tapetão. Não sei se eles [Carlos Bezerra e Emanuel Pinheiro] têm influência em outras instâncias… mas estou confiando em Deus”, diz Abílio. 

Transferência de atrito 

A aversão entre ele e Emanuel Pinheiro também já estabeleceu o tipo de relação que Abílio deve ter com o deputado federal reeleito Emanuelzinho (MDB), filho do prefeito. Abílio não faz questão de dar rodeios ao dizer que não se sentará para conversar com o futuro colega de Câmara, nem para tratar de assuntos de bancada. 

“Eu não preciso fazer isso. Tudo o que vier do pai dele eu não vou aceitar. Eu vou ter a minha própria estratégia de trabalho de atuação e não vou querer nem me sentar perto dele”, afirmou. 

Abílio aponta para os números que saíram das urnas como o motivo para ter independência no Congresso de outros políticos. No caso específico com a família Pinheiro, ele recebeu mais voto que Emanuelzinho tanto no geral quanto em Cuiabá e Várzea Grande. 

Emanuelzinho (Foto: Ednilson Aguiar/O Livre )

Recentemente, Abílio diz que as eleições 2022 marcaram o fim político da família de Pinheiro pelo, segundo ele, “fiasco” na votação – ele inclui na cotação a votação baixa ex-candidata ao governo, Márcia Pinheiro (PV), na Baixada Cuiabana. 

Focos de mandato 

A estratégia que ele usou na condução se mandato de vereador deve ser estendida para a Câmara Federal. Abílio diz que o foco serão a fiscalização da fila de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e mudanças nas regras para permitir a entrada mais cedo de adolescentes no mercado de trabalho. 

“Nós já temos o Conecta SUS, mas não sabemos direito quantas pessoas estão na fila do SUS nem há quanto tempo elas estão lá, esperando por atendimento. Isso é um sofrimento para a população, a gente precisa esclarecer essa situação, eu vou fiscalizar para isso”, afirmou. 

Abílio também tentará mexer em assuntos sensíveis que poderão despertar reação dos parlamentares ligados aos direitos das crianças e adolescentes. Ele diz que deve propor mudanças nas leis para reduzir a autorização de carteira assinada para 16 anos e de menor aprendiz para 12. 

A redução de dois anos para a entrada no mercado de trabalho seria um contraponto para evitar cooptação do crime organizado.  

“Há muitos jovens querem trabalhar, mas não podem porque a lei não permite. O crime organizado não quer saber se esses jovens têm ou não 18 anos. Precisamos qualificar esses jovens, dar experiência para eles, permitindo trabalhar como menor aprendiz a partir dos 12 para tirá-los das mãos do crime organizado”, comenta.  

Além de mudanças nas regras trabalhistas, as propostas de Abílio terão que passar pelo crivo do Estatuto da Criança e Adolescente, compilado que estabelece direitos a menores de idade. 

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