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MT registra 48 casos e 9 mortes por meningite em 2022

Os três municípios com mais números de casos este ano são: Cuiabá, Rondonópolis, Alta Floresta, Juína e Sorriso

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MT registra 48 casos e 9 mortes por meningite em 2022
(Foto: Ednilson Aguiar/ arquivo / O Livre)

Mato Grosso contabilizou 48 casos de meningite com 9 mortes, de janeiro a setembro deste ano, de acordo com os dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT). Apesar dos números, a Pasta frisa que o Estado não está em surto, como São Paulo. Contudo, reforça que é importante manter a vacinação em dia para evitar que os registros cresçam.

A queda ou o aumento no número de casos de uma doença infectocontagiosa depende do crescimento ou da diminuição da cobertura vacinal da população, reforça Thalita Mara de Oliveira, infectologista pediátrica que atua como médica assistente do Hospital Universitário Júlio Müller, em Cuiabá.

A especialista avalia que com a ampla cobertura vacinal de uma população, não há a circulação de agentes infecciosos e essa deve ter sido a causa da diminuição dos casos de meningite relatados entre os anos de 2017 e 2021 em Mato Grosso, conforme dados da SES. 

Além disso, com a pandemia e a imposição do distanciamento social, provavelmente houve uma menor circulação dos agentes que causam meningite, comenta a médica.

“No entanto, com a pandemia, houve a destinação exclusiva ou prioritária de Unidades de Saúde para o tratamento da covid-19 e o medo de contaminação pela doença em postos de saúde, acabou afastando os usuários dos postos de vacinação e diminuindo, consequentemente, a cobertura vacinal da população para diversas doenças”, lembra. “Com o fim das restrições decorrentes da pandemia e o retorno à vida normal, com a maior circulação de pessoas, os agentes causadores da meningite voltaram a circular entre a população e a encontraram mais suscetível ao contágio em razão da queda na cobertura vacinal”, complementa.

Concentrações dos registros

De acordo com a Secretaria, os municípios com mais números de casos este ano são: Cuiabá (23), Rondonópolis (6), Alta Floresta, Juína e Sorriso com 3 registros cada e a faixa etária com mais acometidos são as pessoas com idades entre 35 a 49 anos.

Oliveira reforça que a queda da cobertura vacinal é fator importante para o aumento de casos de meningite. Todavia, a infectologista lembra que tais municípios que estão com mais registros, são cidades sedes de polos regionais com maiores recursos na área médica. Por isso, ocorre uma maior procura de usuários dos serviços de saúde.

Essa maior demanda pode justificar o aumento de diagnósticos de doenças de notificação obrigatória, como, por exemplo, casos suspeitos de meningite, e os serviços de vigilância trabalhando em excelência reduzem a subnotificação de casos”, diz a especialista.

Quanto a faixa etária mais acometida, Oliveira comenta que é algo que depende de maiores estudos, uma vez que, em regra, o maior número de casos ocorre entre crianças, especialmente aquelas com menos de 5 anos de idade.

“Contudo, é possível que a diminuição da cobertura vacinal entre as crianças tenha propiciado uma maior circulação de agentes causadores de meningite em outras faixas etárias”, pontua a infectologista.

Além disso, como as vacinas que protegem contra a meningite foram introduzidas no calendário básico de vacinação nos últimos anos, lembra a médica, tendo sido estendidas recentemente para os adolescentes, as maiores faixas etárias não foram contempladas com a vacinação durante a sua infância e este pode ser um fator que contribuiu para um maior número de casos naqueles entre 35 e 49 anos.

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O que é a meningite?

Oliveira explica que a meningite é uma inflamação das membranas que revestem o sistema nervoso central. O diagnóstico precoce e o início do tratamento o quanto antes podem interferir na evolução do paciente.

“Quanto antes houver diagnóstico e a instituição do tratamento adequado, mais chances têm do paciente evoluir bem ou evoluir sem sequelas”, destaca.

Cuidados a serem tomados

(Foto: Erasmo Salomão / Ministério da Saúde)

As doenças infectocontagiosas, como a meningite, podem ser evitadas com medidas de prevenção ditas primárias, como vacinação e quimioprofilaxia. Oliveira explica que essa medida é indicada para os contatos íntimos de casos confirmados de meningites por determinados agentes.

Por sua vez, a vacinação é específica para os diversos agentes causadores de meningite e integra o esquema vacinal básico da infância e da adolescência. A infectologista orienta que os adultos que não foram vacinados no período infanto-juvenil, podem ter acesso ao imunizante em clínicas privadas.

Outra orientação da médica diz respeito às medida ambientais e de higiene pessoal, como por exemplo, evitar locais pouco ventilados e com grande aglomeração de pessoas, higiene frequente das mãos e o uso de máscaras.

Quais os sintomas?

Os sintomas de meningite podem ser, inicialmente, inespecíficos e o doente apresentar febre, dor de cabeça, vômitos e mal-estar geral, frisa Oliveira. Em crianças pequenas, pode ser comum a irritabilidade e sonolência, sendo importante a avaliação médica imediata nesses casos, indica a especialista.

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