A interventora na Saúde de Cuiabá, Danielle Carmona Bertucini, disse que a incapacidade financeira é o principal problema para gerir os serviços do SUS (Sistema Único de Saúde) na Capital.
Segundo ela, se a prefeitura não cumprir os repasses previstos no Orçamento deste ano, as medidas administrativas planejadas poderão derrapar e o trabalho do gabinete, tornar-se “inócuo”.
“O gabinete está trabalhando para resolver o caos que levou a essa situação de intervenção. A questão do recurso financeiro é o nosso maior problema. Conseguimos via um intermediador [Tribunal de Contas do Estado] para conseguir recurso via o Tesouro Municipal. Há um déficit muito grande com fornecedores e prestadores de serviços, eles nos cobram repasses antigos e temos que garantir os pagamentos das despesas mensais do gabinete”, disse.
A interventora apresentou hoje (5) a deputados estaduais o plano de ação para resolver os problemas de falta de medicamento, de médicos e da longa fila para cirurgias e consultas.
Segundo a Daniele, alguns entraves já começaram a ser resolvidos, por exemplo a redução no tempo de pacientes para a entrada em UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) pediátrico e o restabelecimento de remédios de uso frequente.
O gabinete depende de que em torno de 40% do dinheiro para a manutenção seja liberado pelo prefeito Emanuel Pinheiro. A previsão é que a Saúde recebe R$ 102 milhões ao mês para pagar as contas em 2023; deste valor R$ 45 milhões saem do Tesouro Municipal.
Os outros quase R$ 60 milhões são repassados pelos governos federal e estadual e já chegariam no caixa da Secretaria de Saúde com o carimbo para pagar serviços prestados por hospitais de fora da rede SUS.
O histórico recente da prefeitura é de déficit, conforme levantamento do gabinete de intervenção. Além de dívida de R$ 345 milhões acumulada em 2022, o repasse do Tesouro Municipal ficou abaixo do necessário, de janeiro a março deste ano.