O quanto você diria que sua felicidade é influenciada pela sua aparência física? A Opinion Box fez essa pergunta em uma pesquisa sobre padrões de beleza. Os resultados apontaram que 47% dos brasileiros enxergam uma relação forte ou muito forte entre esses dois quesitos. E o aspecto do peso ideal é um dos mais relevantes nessa conta.
Sim, estamos mais pesados. Do ponto de vista da saúde física, o lado bom que a pesquisa da Opinion Box releva é que sabemos disso.
Já pelo lado da saúde psicológica… O levantamento apontou que a percepção sobre a forma física do corpo tem efeito negativo. E a maior parte das vítimas são as mulheres. Entre elas, 17% disseram ter autoestima baixa e 33% se consideram mais distantes dos padrões de beleza atuais.
Entre os homens, esses números foram de 11% (autoestima baixa) e 24% (longe do padrão de beleza), respectivamente.
A idade mais crítica para elas, de acordo com a pesquisa, é entre os 30 e 49 anos. Nessa faixa etária, 50% avaliaram estar acima do peso.
Entre os efeitos que essa percepção causa estão:
- 47% – já deixaram de ir à praia ou piscina por vergonha do próprio corpo
- 43% – já tiveram dificuldades para encontrar roupas em razão do peso
- 28% – afirmaram que já tiveram problemas relacionados a distúrbios alimentares
De quem é a culpa?
Em partes da mídia, mas também da própria sociedade. A pesquisa aponta que as pessoas têm consciência que elas mesmas já praticaram algum tipo de julgamento sobre a aparência de alguém.
E, novamente, as mulheres são as que mais sentem esse julgamento sobre seus corpos: 33% disseram já ter passado por uma situação de preconceito. Entre os homens, esse número foi de 25%.
Os principais locais onde esse tipo de comportamento ocorre são:
- na faculdade ou escola – 45%
- na casa de parentes – 32%
- na própria casa – 26%
- no trabalho – 25%
Procedimentos estéticos como solução?
A pesquisa da Opinion Box sugere que essas constatações podem ser uma explicação para dados de outro levantamento, um feito pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica e Estética. Ele apontou que o Brasil foi líder, por dois anos seguidos, do ranking de países onde mais se faz procedimentos estéticos permanentes ou de longa duração.
Para se ter uma ideia, em 2019, de todos as cirurgias plásticas realizadas em 110 países, pouco mais de 13% foram no Brasil. Além disso, somos um dos países onde essas intervenções ocorrem mais cedo: 58% delas antes dos 30 anos de idade.
Na pesquisa da Opinion Box, 72% dos entrevistados responderam que nunca realizaram um procedimento estético desse tipo. Apesar disso, 44% afirmaram ter vontade de fazer um. E entre as pessoas que realizaram, 25% fizeram quando tinham idade entre 18 e 24 anos e 24%, quando tinham entre 30 e 39 anos.
O papel da mídia
Apesar de reconhecerem que praticam um comportamento de julgamento, a pesquisa apontou que as pessoas identificam uma atuação semelhante na mídia e esperam que algo mude.
Inclusive, influenciadores digitais que surfam essa onda parecem ter aceitação por parte do público. Entre as pessoas que acompanham as publicações de um influenciador que atua nesse nicho, 44% disseram que o seguem por que se sentem mais confortáveis com seu próprio corpo e 42% responderam que isso os ajuda a trabalhar sua autoestima.
