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Zaque diz que coronel Siqueira tenta desviar o foco com acusação contra ele e Perri

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Zaque diz que coronel Siqueira tenta desviar o foco com acusação contra ele e Perri

Ednilson Aguiar/O Livre

Promotor Mauro Zaque

Promotor Mauro Zaque

 

O promotor Mauro Zaque de Jesus afirmou que o coronel Airton Benedito Siqueira Júnior tentou desviar o foco da verdadeira investigação com relação às escutas ilegais praticadas por policiais militares em Mato Grosso ao acusá-lo e ao desembargador Orlando Perri de interceptar outros magistrados durante o Escândalo da Maçonaria, em 2007. Na época, Perri era corregedor-geral do Tribunal de Justiça (TJMT). Hoje, o magistrado é o responsável pelo processo dos grampos no âmbito do Judiciário.

“Não tem o que falar em acusar. Esse caso é um fato que tem mais de 10 anos, já passou pelo CNJ [Conselho Nacional de Justiça]. Quem foi investigado já foi condenado. O caso está arquivado e isso daí não passa de uma estratégia para desviar o foco”, afirmou Zaque durante evento no Centro de Eventos do Pantanal nesta segunda-feira (10).

Anteriormente, o próprio Perri já havia respondido às acusações do coronel Siqueira Júnior dizendo que tem sofrido ameaças e que o depoimento seria uma tentativa de afastá-lo do caso.

“Nós não podemos priorizar o acessório em detrimento do principal, e o principal é que existe uma investigação. Acredito na Justiça, acredito em quem está apurando. O meu papel eu fiz, que era comunicar, e está comunicado. Vamos aguardar agora o desenrolar das investigações”, afirmou. “Só acho que tem que ser investigado profundamente”, completou Zaque.

Ele foi o responsável pela denúncia que deu início às investigações sobre os grampos ilegais. Quando respondia pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), ele assinou, ao lado do então secretário-adjunto e promotor Fábio Galindo, o documento que indicava o esquema chamado de “barriga de aluguel”.

Telefones de jornalistas, uma deputada, um ex-vereador, um desembargador aposentado, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e até mesmo de uma ex-amante do então secretário da Casa Civil, Paulo Taques, foram incluídos em uma investigação de tráfico de drogas, com a qual eles nada tinham a ver.

Zaque afirma que avisou o governador Pedro Taques (PSDB) sobre o caso – Taques diz que nunca recebeu uma denúncia formalizada e classificou os avisos do promotor de “fofoca”.

Taques fez uma representação contra Zaque no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), à qual o promotor respondeu recentemente. Ao LIVRE, ele se disse “tranquilo” com relação ao processo.

Militares presos
Desde que o caso veio à tona em 11 de maio, três coronéis da Polícia Militar (PM) foram presos. O coronel Zaqueu Barbosa foi preso junto do cabo Gérson Luiz Ferreira Correa Junior por decisão de ofício do juiz Marcos Faleiros, da Vara Militar, em 23 de maio. Zaqueu teria ordenado os grampos e o cabo foi o responsável por assinar os pedidos e relatórios de inteligência sobre as interceptações ilegais.

Os coronéis Evandro Ferraz Lesco e Ronelson Barros, secretário e adjunto, da Casa Militar, foram presos no dia 23 de junho também acusados de participação do esquema. Na denúncia assinada por Mauro Zaque, constava uma nota fiscal de compra de um equipamento utilizado para escuta telefônica em nome de Lesco. Na mesma ocasião, também foram presos o tenente-coronel Januário Antônio Edwiges Batista e o cabo Euclides Luiz Torezan.

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