Cidades

Violência sexual: polícia recebe mais uma denúncia contra instrutor de crossfit

Vítima afirma também ter sido tocada durante uma suposta avaliação física e, depois de ver as denúncias, teve coragem de denunciar. Agora sobe para quatro o número de registros

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Violência sexual: polícia recebe mais uma denúncia contra instrutor de crossfit
Imagem ilustrativa

Mais uma vítima de violência sexual em um box de crossfit de Cuiabá procurou a polícia nesta quinta-feira (15) para registrar ocorrência. Agora, passam para quatro o número de denúncias oficiais contra o sócio-proprietário do estabelecimento e instrutor de crossfit A.M.L, 37 anos, que é acusado de assédio e importunação sexual de clientes.

Neste boletim de ocorrência, a vítima relata que começou a usar anabolizantes por indicação do acusado no começo do mês de novembro e que na primeira avaliação dos resultados do medicamento, por volta do dia 10 daquele mês, ele pediu para tocar nos seios dela. Na ocasião, ela chegou a questionar o procedimento, mas o acusado afirmou que era “normal”.

Alguns dias depois, precisamente no dia 16 de novembro, quando havia exatas duas semanas do início das aplicações, a vítima afirma que o acusado a chamou para uma nova avaliação e foi mais longe no assédio. Desta vez, ele teria pedido para ver os seios dela e, em seguida, começado a apalpá-los.

Na sequência, ele teria pedido para tocar a virilha e a vagina da vítima que, por várias vezes, questionou a necessidade da ação, porém, sempre recebia a informação que o procedimento era “normal”.

Quando a suposta avaliação acabou, a vítima começou a passar mal e não conseguiu nem realizar o treino do dia. Ela ainda deixou de frequentar o espaço, porque tinha medo de rever o treinador, que até então ela via como uma pessoa confiável e prestativa.

Ao sentir falta da presença da vítima, o acusado chegou a perguntar o motivo da ausência da aluna para a mãe dela, que também é aluna do box. Sugeriu ainda que a vítima retomasse as aulas.

No boletim, a vítima, que sofre de depressão pós-parto e ansiedade, explica que a mãe entendeu o motivo do afastamento após os casos de assédio e importunação sexual virem à tona. Também afirma que agora tem a certeza que foi realmente vítima de um assédio sexual.

Outros casos

Os outros três casos registrados envolvem sempre o mesmo modus operandi. As alunas afirmam que são cooptadas para o uso de anabolizantes, que são prescritos, aplicados e têm suas reações supostamente acompanhados em uma avaliação física.

No processo, o acusado pede para as vítimas tirarem a roupa, toca no corpo delas e nas partes íntimas com a justificativa de verificar um possível aumento de clitóris, uma das reações comuns dos produtos no corpo feminino.

O primeiro boletim de ocorrência foi registrado quando ele se descontrolou e chupou o seio de uma das alunas, que foi a primeira a procurar a polícia. Desde então, as denúncias aumentam gradativamente.

O que o box tem a dizer?

A direção do Box onde teriam acontecido os crimes se posicionou por meio de mensagem e afirmou que o acusado foi afastado do estabelecimento e que estão sendo tomadas as medidas cabíveis de apoio às vítimas e para desvinculá-lo de forma definitiva da empresa.

Confira nota na íntegra:

“Desde que as alunas fizeram a denúncia ao box, antes mesmo do registro do primeiro Boletim de Ocorrências, o suspeito foi afastado do box e de todas as suas atividades na empresa. Nosso objetivo agora é manter as vítimas seguras, amparadas e estamos dando apoio no que for possível.

Estamos devastados com a informação e surpresos com o número de casos relatados que aparecem diariamente. A conversão deles em registro é uma decisão da vítima, porém incentivamos o não silenciamento porque este tipo de violência não converge com as diretrizes do box.

O advogado da empresa está dando suporte jurídico às denunciantes que assim quiserem e também tomando as medidas cabíveis para afastar definitivamente o sócio em questão da empresa.

Desde já, pedimos a todos que compreendam esta situação e que respeitem o sigilo em relação à identidade das vítimas.”

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