Uma extensão dos nossos corpos. Quem concorda, respira. Fala verdade, você já deve ter pensado no celular dessa forma. Ao longo de seus 50 anos de história, o aparelho ocupou um espaço significativo em nossas vidas. Mérito próprio. É realmente, uma invenção impressionante. Mas será que sentir preocupação, ansiedade e até taquicardia quando ele não está por perto é normal? Sim, estamos (e eu me incluo nessa) viciados em celular.
Se você acha que estou exagerando, observe seu comportamento. Onde está seu aparelho agora? Ao alcance da vista, certo? Quando foi a última vez que você ligou a tela? E quando se levantou da mesa de trabalho para pegar um cafézinho ou, até mesmo, ir ao banheiro, ele foi junto, não é mesmo?
São comportamentos que podem parecer normais, mas não são. A prova disso está na sensação que nós experimentamos quando o aparelho não está por perto. E se você acha essas afirmações um exagero, vai se impressionar com os dados dessa pesquisa feita pela empresa sueca Sinch – especializada em comunicação em nuvem. Ela apontou que:
- 41% dos entrevistados estão mais dispostos a desistir de ir a academia do que de seus celulares;
- 25% dos millennials (nascidos entre 1981 e 1996) desistiriam da televisão para continuar com os celulares;
- 22% da geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) abririam mão de praticar sexo, em troca de ainda ter um celular.
Os pesquisadores também perguntaram aos entrevistados quanto tempo eles acreditam que conseguiriam ficar longe do aparelho.
- 72% disseram que não poderiam suportar mais do que um fim de semana;
- 56% responderam que não podiam ir além de 24 horas;
- 42% apontaram que 4 horas ou menos seria suportável;
- 8% disseram que somente 15 minutos ou menos.
Vício em celular é real
Pesquisas sobre vício em celular vêm sendo realizadas em várias partes do mundo. Alguns exemplos incluem as universidades de Stanford, Harvard, Hong Kong e a Universidade de Sydney. Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a American Psychological Association (APA) fazem trabalhos semelhantes, para identificar o impacto desses hábitos na saúde mental.
Até mesmo, empresas privadas de tecnologia estão envolvidas em pesquisas sobre o vício em celular, tanto para entender o problema quanto para tentar desenvolver soluções.
LEIA TAMBÉM
- Vício em rede social? Pesquisa alerta sobre prejuízos para saúde mental
- Associações pedem que OMS reconsidere classificação de vício em games como distúrbio
Algumas dessas pesquisas indicam que o uso excessivo do celular pode levar a sintomas como problemas de sono, ansiedade, depressão, falta de concentração e, até mesmo, dependência química. Estudos também apontaram efeitos na saúde física como dor no pescoço e nas costas e problemas de visão.
Além disso, como sugere a pesquisa da Sinch, outros estudos revelam que o vício em celular pode ser mais comum em certos grupos, como adolescentes e jovens adultos.
Como se livrar do vício?
Se você acha que está viciado e deseja se livrar desse hábito, aqui estão algumas sugestões:
Defina limites de tempo: ter um horário específico do dia para usar o celular é uma boa iniciativa. Já existem aplicativos de gerenciamento de tempo de tela para ajudá-lo a manter esse controle.
Desative as notificações: isso vai minimizar as distrações que podem levá-lo a usar o celular com mais frequência. E, convenhamos, se for realmente urgente, você vai receber uma ligação.
Socialize na vida real: faça um esforço para se conectar com as pessoas além dos likes nas redes sociais. Planeje atividades em grupo ou encontros com amigos. Vale impor a regra de que ninguém pode usar o celular na ocasião.
Procure ajuda profissional: ao menos considere essa possibilidade. Terapia comportamental pode ajudar a desenvolver estratégias para controlar o vício em celular e melhorar sua saúde mental.
(Com Assessoria)