Ednilson Aguiar/ O LIVRE

Henrique Ubrig FS Bioenergia

 Ceo da FS Bioenergia, Henrique Ubrig, revelou que a inauguração oficial da usina será realizada em 11 de agosto

A primeira indústria do Brasil a produzir etanol somente a partir do milho já tem data para ser inaugurada: 11 de agosto. A revelação foi feita pelo CEO do grupo FS Bioenergia no país, Henrique Ubrig, à reportagem do LIVRE durante encontro sobre agronegócio realizado em Cuiabá (MT).

O grupo está finalizando a instalação da indústria em Lucas do Rio Verde (360 km de Cuiabá), cidade conhecida por concentrar boa parte das multinacionais instaladas no Estado. O projeto custou cerca de US$ 115 milhões, aproximadamente R$ 450 milhões. “Esse investimento já está enterrado no município. Agora estamos fazendo os primeiros testes e alinhamentos na produção”, afirma o empresário.

Ubrig revela que a capacidade de processamento será limitada a 600 mil toneladas, produzindo 240 milhões de litros do biocombustível no primeiro ano. Com a duplicação do processamento nos meses seguintes, a indústria terá a capacidade de trabalhar com até 1,2 milhão de tonelada. Com a ampliação da produção, a previsão é que o grupo invista mais R$ 200 milhões no projeto, totalizando R$ 650 milhões em investimentos no estado.

Durante a construção do projeto mais de mil empregos entre fixos e temporários foram criados. Entretanto, a indústria deverá empregar diretamente 200 pessoas. “São empregos de altíssima qualidade. Isso beneficia toda a comunidade”, garante Ubrig. A produção começou neste mês de junho e em julho, segundo o executivo, será consolidada. “Em agosto vamos fazer a inauguração oficial e para o público”, explica.

Entre a lista de convidados está o presidente da República Michel Temer, produtores, representantes do setor e políticos de todos o país. “A expectativa é fazer um grande evento”, destaca.

Vantagens
A escolha de Mato Grosso, em especial, Lucas do Rio Verde se deu devido a uma combinação de vantagens que o estado oferece, disse Ubrig. A abundância da matéria-prima e mão-de-obra qualificada para a atividade foram fatores determinantes, afirmou.

O CEO também comentou à reportagem as dificuldades que os produtores enfrentam relacionadas a logística de escoamento do cereal e lembrou que quando não é consumido internamente precisa ser transportado por longas distâncias até os portos. “Isso encarece muito para o produtor, então é mais vantajoso e econômico que ele comercialize o produto internamente”, comenta.

Segundo o empresário, para o próximo ano a expectativa é que o estado produza novamente cerca de 30 milhões de toneladas. “Lucas é muito boa em produção e seu entorno também. Nossa intenção é buscar matéria-prima num raio de 100 a 150 km”.

Divulgação

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Foto área durante a construção da primeira usina exclusiva de etanol de milho em Mato Grosso

Destino
Ubrig detalhe que são várias as possibilidades de destino do etanol de milho produzido em Lucas do Rio Verde. Além de ser vendido dentro do estado, e para distribuídas, o biocombustível encontra um caminho natural rumo ao Norte do país, afirma o CEO. “O excedente será direcionado para estados como o Amazonas e Pará que não produzem, mas que consomem o etanol de milho produzido pelos Estados Unidos”.

De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) de janeiro e maio de 2017, mais de 1 bilhão de litros do biocombustível americano entraram no país. O número é expressivo, pois ultrapassa em 29,9% o volume acumulado entre janeiro e dezembro de 2016. Entre os fatores que estão colaborando para esse aumento estão preço, que torna mais atrativo importar dos EUA e a instabilidade produtiva sentida no setor sucroalcooleiro. “Nós vamos substituir esse etanol”, garantiu Ubrig. 

Segundo o Instituto, para tentar garantir a competitividade do produto nacional, o governo brasileiro já debate medidas para regulamentar a entrada desse etanol no país. Segundo o executivo, para ganhar esse mercado que hoje é dominado pelo país norte-americano é importante que a pavimentação da BR-163 seja concluída facilitando o acesso aos portos do Arco-Norte. “Precisamos fazer com que o etanol suba por esse caminho até Miritituba (PA), para que chegue até Manaus, Belém e daí por diante”.

Outros produtos
A usina também produzirá “co-produtos” conhecidos como DDGs – grãos secos por destilação –, utilizados para a alimentação animal. São farelos de alta fibra, utilizados na pecuária, e de alta proteína que podem ser utilizados na alimentação de outros animais, como suínos e aves. “Serão mais de 150 mil toneladas desses co-produtos produzidas anualmente”, revela o CEO. Também serão produzidas mais de 6 mil toneladas de óleo de milho e 60 mil megawatts de energia elétrica.

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