A onda de instalação de radares e câmeras por Cuiabá nos últimos anos trouxe à população a sensação de estar sendo monitorada 24 horas por dia. A verdade é que não é apenas uma sensação.
Além das 161 câmeras do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), espalhadas pela Capital e por Várzea Grande, existem outros 32 equipamentos nas avenidas, operados pela Central de Videomonitoramento da Secretaria de Mobilidade Urbana de Cuiabá. Elas são os olhos da Semob.
Em uma sala reservada no prédio da Secretaria, a cada turno do dia, dois agentes de trânsito mantém os olhos atentos a 17 monitores que revezam, na tela, imagens de diversos pontos de Cuiabá.
Dali, eles estão focados em monitorar – além de congestionamentos – duas irregularidades: o tráfego de veículos pesados em vias proibidas e o de outros automóveis nas faixas exclusivas para ônibus, que estão localizadas nas avenidas Isaac Póvoas, Getúlio Vargas e Historiador Rubens de Mendonça (do CPA).
Apesar disso, nenhuma outra infração passa despercebida.
Segundo o agente Fabiano Dmytro, que recebeu a equipe do LIVRE nesta semana, assim que a equipe identifica alguma irregularidade, agentes da Semob que atuam nas ruas são acionados para encontrar os infratores.
Pelos monitores, a equipe também costuma flagrar acidentes e direciona agentes para o suporte. No entanto, Dmytro destaca que chega a ser raro de acontecer, porque as câmeras funcionam em modo “dinâmico”. Ou seja, em um tempo determinado, elas mudam a direção.
“As câmeras da Semob estão disponíveis para qualquer munícipe. Às vezes eles pedem cópia das gravações e, em alguns casos, ficam irritados porque as câmeras não flagraram o que pretendiam”, comentou o agente, explicando que, para ter acesso a uma gravação, que é mantida pelo período de 30 dias, basta fazer a solicitação na sede da Semob.
Infrações
Dados disponibilizados pela Semob apontam que, de janeiro a abril deste ano, as irregularidades mais cometidas pelos cuiabanos foram o excesso de velocidade, seguido pelo avanço no sinal vermelho. Para elas, foram lavrados 63.193 e 27.395 autos de infração, respectivamente. Dos condutores flagrados usando o telefone celular, o número foi de 1.764.
Conforme Dmytro, muitas vezes os condutores usam o telefone quando estão “parados” no sinal vermelho. No entanto, o Código de Trânsito considera a “parada” apenas para o tempo de embarque e desembarque. “Nesse caso, ele só está imobilizado temporariamente por conta do semáforo, mas não parado”, destacou.
Sobre o vice-campeão das infrações, o avanço do sinal vermelho, o agente alerta que, de fato, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado com o Ministério Público Estadual (MPE), permite que o condutor avance o semáforo para garantir sua segurança entre 22 horas e 5h59. Mas não há exceção para direção acima da velocidade permitida.
“É um acordo para o avanço semafórico com cautela. A questão da velocidade é 24 horas. Se ele passar acima da velocidade, ele vai ser sancionado”, frisou.
O agente ainda deu um alerta para os condutores desatentos: alguns radares instalados pela cidade, além da velocidade, estão de olho em outras irregularidades. Chamados de “híbridos”, eles são capazes de detectar, inclusive, quando o carro para sobre a faixa.
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