O Movimento dos Sem-Terra (MST) divulgou uma nota onde considera uma “tragédia anunciada” o assassinato de nove pessoas na Gleba Taquaruçu do Norte, a cerca de 250 quilômetros de Colniza. O MST rememorou o caso de Josias Paulino de Castro e Ireni da Silva Castro, dirigentes camponeses do município mortos a tiros em 2014 depois de denunciarem ameaças ao ouvidor do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Segundo a nota, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) apontou a região como uma das mais violentas do Brasil. “Essa onda de violência integra um avanço do modelo capitalista sobre os direitos dos trabalhadores, sobre a apropriação dos recursos naturais, terra, minerais e água. Avanço este potencializado pelo golpe que o Brasil está vivendo, e por projetos de lei como a PEC 215 que dispõem sobre as terras indígenas e quilombolas, a MP 759 que dispõe sobre a reforma agrária, e o PL 4059 sobre a compra de terras por estrangeiros, além de outros projetos e medidas provisórias que não são criados no sentido de resolver os problemas no campo, mas para aumentar a concentração fundiária”, diz um trecho. Ainda segundo a nota, nada está sendo encaminhado no sentido de impedir essas novas tragédias e “a repetição de outras que marcam o mês de abril, como Eldorado dos Carajás, que dia 17 completou 21 anos de impunidade”.

Em abril de 1996, dezenove sem-terra foram mortos em ação da Polícia Militar no município paraense. “Não podemos nos calar diante de tão grande dor, que nossa indignação alcance os responsáveis diretos e indiretos por este massacre, e que este não seja mais um caso de impunidade. Que o Estado não seja novamente conivente com os assassinos”, conclui o MST

(Com Agência Estado)

 

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes