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Tempo de cadeia pode estar influenciando Silval a confessar

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Tempo de cadeia pode estar influenciando Silval a confessar

Mikhail Favalessa/O Livre

Advogado Goulth Valente

Goulth Valente, advogado do ex-secretário de Fazenda Marcel Souza de Cursi

 

O advogado Goulth Valente, responsável pela defesa do ex-secretário de Fazenda Marcel Souza de Cursi, afirmou que o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) pode estar pressionado pelo tempo passado até agora na prisão: um ano e sete meses. Em nota divulgada na semana passada, Silval afirmou que irá confessar crimes que cometeu no governo de Mato Grosso. Até então, a estratégia do ex-governador era de negar os fatos apontados pelo Ministério Público Estadual (MPE).

Apesar de estar preso pelo mesmo período, o ex-secretário de Fazenda não deverá mudar de posicionamento, disse o advogado. “A gente não sabe o que o Silval vai dizer, mas a defesa de Marcel de Cursi está muito tranquila quanto a isso. A gente vai continuar na mesma linha de defesa. Agora sobre o que o ex-governador vai dizer ou não, cabe a ele”, respondeu.

Valente diz que as prisões nas mais recentes operações realizadas em Mato Grosso têm seguido um padrão da operação Lava Jato. “Primeiro você prende as pessoas e depois pergunta. Esse modelo veio importado lá de Curitiba e está sendo feito aqui”, criticou. “Como você pode falar ou deixar de falar alguma coisa se você não fez? Talvez a linha de defesa do ex-governador possa estar com esta pressão, mas é uma coisa que a defesa do Silval Barbosa tem que dizer”, questionou Goulth.

Goulth pôs em dúvida a existência de provas materiais contra o ex-secretário de Fazenda, citando o depoimento da delegada da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), Alexandra Fachone. A delegada afirmou que Cursi autorizou o pagamento irregular para a desapropriação do terreno do Jardim Liberdade.

“Ela afirmou com todas as letras que, de prova material dentro dos autos, não existe nada contra Marcel Souza de Cursi, a não ser delações e informações de pessoas que têm interesse dentro do processo”, afirmou.

Para o advogado, os interessados em culpar Cursi são o ex-secretário Pedro Nadaf, o ex-presidente do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) Afonso Dalberto, e o dono terreno, Antônio Rodrigues Carvalho. 

Sodoma 4
Em sua quarta fase, a Operação Sodoma investiga a desapropriação do terreno ocupado pelo bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá. O Governo do Estado, sob gestão de Silval Barbosa, pagou R$ 31,7 milhões pelo terreno localizado no Cinturão Verde de Cuiabá, que pertencia à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda, da qual Antônio Carvalho era sócio.

A denúncia do Ministério Público aponta que metade deste valor, R$ 15,8 milhões, teria sido devolvido a um grupo liderado pelo ex-governador por meio da empresa SF Assessoria e Organização de Eventos, do empresário Filinto Muller, que confessou o esquema. Cerca de R$ 10 milhões seriam para pagamento de dívida do ex-governador com o dono de factoring Valdir Piran. Os outros R$ 5,8 milhões teriam ficado com os demais acusados: os ex-secretários, Pedro Nadaf, Marcel De Cursi, Arnaldo Alves de Souza Neto, o ex-presidente do Intermat Afonso Dalberto, além do procurador aposentado Chico Lima.

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