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Telefone e whatsapp: técnicos do ICV mantêm assessoria a produtores rurais

Comunidades rurais são beneficiadas pelo projeto Redes Socioprodutivas.

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Telefone e whatsapp: técnicos do ICV mantêm assessoria a produtores rurais
(Divulgação/ICV)

Um agricultor gravou um vídeo mostrando um canteiro com pés de rúcula com poucas folhas, pequenos. Enviou pelo WhatsApp a um técnico que diagnosticou e explicou em um vídeo sobre a presença de nematóides, doença que acomete as raízes da planta com a formação de nódulos e afeta seu crescimento, podendo levá-la à morte. Em seguida, o técnico deu as orientações para impedir a proliferação da praga.

Com as atividades de campo e de escritório suspensas em cumprimento às recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para evitar a disseminação do novo coronavírus (COVID-19), o Instituto Centro de Vida (ICV) segue prestando assessoria técnica aos produtores rurais do projeto Redes Socioprodutivas à distância, por meio de ligações telefônicas e aplicativos de mensagens, como o Whatsapp.

O Redes Socioprodutivas é uma iniciativa implementada pelo Instituto Centro de Vida (ICV) com financiamento do Fundo Amazônia para apoiar a gestão e organizar as cadeias produtivas de hortifrutigranjeiros, pecuária leiteira, café, castanha-do-brasil, cacau e babaçu na região norte e noroeste do estado do Mato Grosso. Entre as atividades, oferece capacitações técnicas para a criação de unidades de produção agroecológicas.

Atualmente, o contato por WhatsApp e ligações é a principal ferramenta para minimizar os efeitos da carência das visitas realizadas periodicamente às propriedades.

Período crucial
O início do ano é período de novos plantios como o milho e, além disso, muitas das propriedades rurais beneficiadas pelo projeto estão em processo de transição para a produção orgânica.

“Por isso, agora estamos em um período que exige bastante acompanhamento e assistência”, explica Luan Cândido, engenheiro agrônomo e técnico responsável pela cadeia de hortifrutigranjeiros.

Adubação, aplicação correta de fungicidas orgânicos e a substituição de insumos convencionais pelos orgânicos são as principais dúvidas que acometem os agricultores nessa fase.

(Divulgação/ICV)

“Com produtos perecíveis, não se pode esperar muito tempo para resolver o problema, para fazer alguma alteração no manejo. A comunicação é fundamental nesse período de isolamento também porque é preciso manter o abastecimento aos comércios que ainda estão trabalhando, para que não venha a prejudicar a renda do produtor”, diz o técnico, que é contatado em média cinco vezes ao dia pelo aplicativo de mensagens ou por ligação.

As visitas presenciais, explica o engenheiro, ainda são necessárias para para realizar determinados diagnósticos, mas a comunicação à distância apresenta o benefício da agilidade na troca de informações. “Muitos agricultores esperavam a próxima visita para tirar algumas dúvidas simples que agora eles podem tirar no dia seguinte.”

Por possuírem maior domínio dos aparelhos celulares, os jovens também acabam se envolvendo mais nas atividades rurais da família. É o caso do agricultor Herbert Marques, de 23 anos. “Tenho muita dificuldade em combater insetos, então preciso muito do apoio dos técnicos”, relata o jovem. Ele relata que também conta com o apoio de Luan na elaboração e uso da ‘cama de frango’, adubo orgânico feito com aproveitamento de restos e dejetos de viveiros avícolas.

O aplicativo de mensagens também é utilizado pelo agricultor nas vendas da produção (em breve, totalmente orgânica) das hortaliças, legumes, milho, mandioca e frutas plantados e colhidos na propriedade da família, localizada no município de Nova Bandeirantes. “Faz com que a horta seja algo moderno como qualquer outra empresa”, diz.

Novo sistema de criação de gado
Os 28 sistemas rotacionados de pecuária leiteira implementados pelo projeto permitem maior aproveitamento do espaço ocupado pelo gado e garante o aumento da produtividade de forma sustentável em propriedades rurais dos municípios de Monte Verde e Alta Floresta, no norte do estado.

Desde a implantação, os técnicos orientam e dão informações sobre correções no solo, manutenção do capim e manejo dos animais para que o sistema, onde o pasto dividido em áreas menores (piquetes), permita a recuperação do solo.

Em fevereiro, os profissionais auxiliaram os produtores no plantio de milho para silagem em conjunto com braquiária para fornecer cobertura e proteção ao solo e posteriormente, pastagem para as vacas.

Uma das dúvidas frequentes encaminhadas a Romário Prado, técnico do ICV responsável pela cadeia do leite, é em relação ao ajuste de animais no espaço determinado e a quantidade de capim.

“Às vezes o produtor colocou determinado número de vacas no piquete e faltou comida, às vezes sobrou. São dúvidas que surgem no momento. Baseado na minha experiência, vou orientando sobre qual quantidade de vacas em cada área”, afirma o engenheiro agrônomo, ao explicar que os questionamentos variam de acordo com a etapa em que se encontra cada sistema.

O técnico envia vídeos e outros materiais educativos em grupos de WhatsApp e ressalta a importância do compartilhamento de informações. “São produtores que precisam produzir pra alimentar a população e sobrevivem disso. Todo dia, tiram o leite para no final do mês receber esse recurso. Essas assessorias fazem com que eles continuem produzindo e também aprendendo”, finaliza Romário.

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