O ministro Mauro Campbell Marques, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), encaminhou sete volumes, 12 apensos e 19 caixas do processo do Caso dos Grampos à Polícia Federal. A investigação trata da realização de grampos telefônicos contra pessoas de interesse da cúpula do Governo do Estado.
O inquérito que corre no STJ apura a participação do governador Pedro Taques (PSDB) e membros de sua gestão nas interceptações telefônicas ilegais contra políticos, assessores, advogados, profissionais, membros do Judiciário e outros cidadãos.
Em despacho de segunda-feira (02), o ministro remeteu os autos para que a PF realize diligências.
“Remetidos os Autos (em diligência) para USUÁRIO EXTERNO (DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL) COM 7 VOLS, 12 APENSOS, ACOMPANHADOS DE 19 CAIXAS (123)”, escreveu o ministro.
Os grampos foram denunciados pelo promotor de Justiça e ex-secretário de Estado de Segurança Pública Mauro Zaque de Jesus. O promotor recebeu uma denúncia anônima em seu gabinete informando sobre a realização de interceptações na modalidade conhecida como barriga de aluguel. Números de pessoas comuns teriam sido inseridos em investigações que apuravam crimes como o tráfico de drogas da região de Cáceres (217 km de Cuiabá).
Os militares supostamente envolvidos nos grampos respondem a um processo em separado, que corre na 11ª Vara Especializada da Justiça Militar sob comando do juiz Murilo Mesquita.
Inicialmente, o caso foi investigado no Tribunal de Justiça de Mato Grosso sob relatoria do desembargador Orlando Perri. Contudo, após idas e vindas das investigações, incluindo uma operação contra supostas tentativas de obstruir a atuação dos investigadores que culminou na prisão de coronéis e ex-secretários, o ministro Mauro Campbell avocou o processo em outubro de 2017.