A Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso (ALMT) sedia o II Simpósio sobre Dislexia em Mato Grosso com o tema “Um jeito de ser e de aprender”. O evento foi aberto na noite de quarta-feira (24), no Teatro Zulmira Canavarros e encerra-se nesta quinta-feira (25). O objetivo é discutir políticas públicas para incluir as pessoas com distúrbios de aprendizagem (dislexia, disgrafia, disortigrafia e discalculia) no ambiente familiar e escolar.
“Precisamos construir uma estrutura de Estado, especialmente na Secretaria de Educação, para preparar os professores, capacitá-los para diagnosticar a dislexia e impedir qualquer bullying”, disse o deputado Wilson Santos, organizador do simpósio e professor.
Dificuldade de aprendizagem
O palestrante da primeira noite do evento foi Rafael Silva Pereira, doutor em Ciências da Educação e apresentador do programa de televisão “Viagem pelo Cérebro” da TV Lisboa em Portugal. Ele explicou as diferenças entre dislexia e discalculia. A primeira é “um transtorno de aprendizagem de origem neurobiológica”. “Essa dificuldade resulta tipicamente num déficit do componente fonológico da linguagem, que é inesperada em relação a outras habilidades cognitivas consideradas na faixa etária”, explicou.
Já discalculia é a capacidade abaixo da média para a realização de operações aritméticas, apesar do nível de inteligência normal, oportunidade escolar, motivação e estabilidade emocional. Há também a disortografia, que se dá pela dificuldade em fixar as formas ortográficas das palavras, e a disgrafia, um uma alteração funcional no componente motor do ato de escrever que afeta a qualidade da escrita.
Rafael Silva ressaltou que a pessoa com dislexia pode ter uma vida normal e, para se ter uma ideia, basta saber que algumas personalidades que se destacaram eram ou são disléxicos, dentre eles: Pablo Picasso, Albert Einstein, George Washington, Steven Spielberg, John Lennon, Tom Cruise, Orlando Bloom, Keanu Reeves, Dercy Gonçalves e o dono da rede McDonald’s, Ray Kroc.
