Ednilson Aguiar/O Livre
Sílvio Corrêa (dir.), acompanhado de seu advogado: ele diz que aceitou se encontrar com Alan Zanatta porque precisava de dinheiro emprestado
Em depoimento à CPI do Paletó, na Câmara de Vereadores de Cuiabá, o ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa, Sílvio César Corrêa, disse que o ex-secretário de Indústria e Comércio, Alan Zanatta, pode ter tido a intenção de prejudicar sua delação premiada – homologada pela Procuradoria Geral da República – e com isso beneficiar o prefeito Emanuel Pinheiro.
Questionado pelo presidente da CPI, vereador Marcelo Bussiki, Sílvio diz que, no início de 2017, Zanatta sugeriu visitá-lo – ao que ele concordou. “Eu estava em situação financeira meio difícil e aceitei encontrá-lo, porque queria pedir um empréstimo a ele”, disse Corrêa.
Ele disse que quando pediu ajuda a Alan Zanatta, uma semana depois este lhe enviou R$ 5,7 mil. Disse, por fim, que a “deturpação da gravação” do diálogo que teve com Alan o prejudicou, pois teve que prestar novo depoimento à PGR.
Ele estava em prisão domiciliar quando recebeu Alan Zanatta, mas disse que não havia restrição para isso na época. Disse que ficou sabendo da gravação pelo advogado, quando a imprensa o procurou para ouvir o outro lado antes de publicar a matéria.
De acordo com Sílvio Corrêa, Alan Zanatta e Emanuel “são muito próximos”.
Ele voltou a negar que o dinheiro fosse pagamento de pesquisa eleitoral – conforme tese da defesa do prefeito Emanuel Pinheiro – porque a pesquisa do Instituto Mark, pertencente ao irmão de Emanuel, foi feita no ano seguinte ao pagamento ao então deputado estadual, registrado em vídeo.
