“Silval era como um pai para mim”, diz ex-chefe de gabinete

O ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa, Sílvio César Corrêa de Araújo, disse que cumpria ordens do ex-governador, a quem considerava como “um pai”.

Em depoimento à juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal, Silvio trata dos crimes investigados na primeira fase da Operação Sodoma -que envolve a suposta cobrança de propinas para a concessão de incentivos fiscais.

“Eu tinha Silval como pai. Recebia ordens dele, pegava dinheiro, fazia pagamentos. Eu recebia dinheiro das empresas que tinham contrato com o Estado, recebia pessoalmente”, relatou o ex-chefe de gabinete.

Silvio disse que trabalhou com Silval durante 17 anos e que, em 2012, pediu dinheiro emprestado para custear um tratamento de saúde.

“Em 2012 descobri um câncer na próstata e pedi ao Silval que me emprestasse 25 mil. Depois, durante o processo, eu descobri que o [então procurador do Estado] Chico Lima é que tinha feito o pagamento e que esse dinheiro era ilegal”, afirmou.

Em razão do cargo e da proximidade com o governador, Sílvio disse que era “muito assediado por empresários”.

“Eles tinham muito interesse em manter contratos ou benefícios com o governo. Então, eu me reunia com eles para recebimento de propinas também”, relatou.