“De susto em susto, o pobre vai vivendo”, diz o ditado, “e morrendo”, acrescentamos nós, já que sempre e para todos chega a hora do susto derradeiro.
O susto de agora, vivido por pais que dependem de uma escola pública em Mato Grosso, em especial no município de Planalto da Serra (250 km de Cuiabá), foi que eles seriam obrigados a vacinarem seus filhos, nesta altura do campeonato, contra a famigerada covid-19.
Caso contrário, as matrículas não seriam aceitas e eles seriam duplamente punidos: por não se preocuparem nem com a saúde e nem com a educação de seus rebentos. Na verdade, é justamente o contrário e a preocupação é grande.
E o que nós descobrimos?
Que, um ano e meio depois que o Brasil decretou o fim da pandemia de covid e 5 meses após a própria OMS (Organização Mundial de Saúde) colocar uma pá de cal mundial na doença — além dos relatos trágicos de possíveis efeitos colaterais das vacinas —, ainda há nesse nosso interiorzão funcionários públicos que querem impor uma vontade própria no que é de arbítrio alheio.
No caso, quem tem o filho em uma escola particular — e sabe gritar mais alto se um calo aperta — não é atingido por certas arbitrariedades. Mas quem não tem…
“Estive lá na semana passada para ver se faltava alguma vacina no cartão de minha filha, estudante da escola estadual (EE Alvarino Alves), porque eles estão exigindo o cartão pra fazer a rematrícula. E a responsável pelo setor me disse que eu tinha que dar a vacina da covid, então eu disse a ela que eu não quero vaciná-la, porque não confio ainda. A resposta dela foi que eu vou ter problema, porque todas as escolas públicas vão exigir essa vacina no cartão das crianças a partir do ano que vem. Ainda não fui fazer a rematrícula, estou muito preocupada”, disse uma mãe.
Outra mãe disse: “No posto de saúde me falaram que, se eu não vacinar meus filhos, o Conselho Tutelar vai me visitar a partir do ano que vem. Isso é um absurdo, obrigar a gente a fazer uma coisa que não queremos fazer a nossos filhos porque temos medo de prejudicar a saúde deles”.
“Eu saí chorando de lá porque ela foi tão grosseira comigo… só faltou me bater, porque eu disse que não vou vacinar meus filhos pequenos contra a covid. Ainda me ameaçou dizendo que meus filhos não vão poder estudar ano que vem e que o Conselho Tutelar vai atrás de mim”, e esta já é uma terceira mãe a falar.
Considerando o que nos informou o secretário estadual de Educação Allan Porto, a tal “responsável pelo setor” mentiu.
“Não. Nenhuma escola estadual exige ou exigirá a vacina contra a covid para a matrícula”, afirmou Allan.
Considerando o que nos disse o próprio secretário municipal de Saúde de Planalto da Serra, Adriano Alves, há alguma coisa de errado com os funcionários liderados por ele. “Essas denúncias não procedem. A vacina contra a covid não é obrigatória em nosso município. Só se vacina quem quiser”, disse.
Nós não conseguimos falar com os funcionários que estariam tentando engambelar famílias desavisadas. Ligamos e, olha a ironia, eles não atenderam!
O período de rematrícula na rede estadual, feita para garantia de vagas no ano que vem, vai até o próximo dia 31.
Será que em outros municípios outros pais estariam tomando estes mesmos sustos?
