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Secretário diz não ter receio de desdobramentos do caso dos grampos

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Secretário diz não ter receio de desdobramentos do caso dos grampos

Ednilson Aguiar/O Livre

Rogers Jarbas

Investigado por suspeita de tentativa de obstrução da Justiça em duas situações na apuração do caso dos grampos telefônicos ilegais, o secretário de Estado de Segurança Pública (Sesp), Rogers Jarbas, disse estar tranquilo quanto aos desbobramentos da investigação.

Na manhã desta terça-feira, durante o lançamento da 9ª Operação Bairro Seguro, na praça Santos Dumont, em Cuiabá, Rogers afirmou que não teme, por exemplo, o que pode vir a ser revelado numa possível delação do coronel Zaqueu Barbosa, preso preventivamente desde o dia 23 de maio, no Batalhão de Operações Especiais (Bope). O coronel é acusado de ser um dos mentores do esquema.

“Não tenho preocupação nenhuma. Se [Zaqueu] tiver que falar, ok. Quero que todos digam a verdade, independentemente do que seja”, pontuou o secretário.

De acordo com um fonte ouvida pelo LIVRE, Zaqueu chegou a amadurecer a ideia de delação especialmente após o Supremo Tribunal Federal (STF) lhe negar um pedido de liberdade, ingressado por sua defesa. A situação o teria deixado deprimido e inclinado a colaborar com a Justiça. O LIVRE traz uma matéria detalhada sobre esse assunto.

Obstrução

De acordo com o desembargador Orlando Perri, que determinou a investigação contra o secretário, Jarbas teria vazado informações sigilosas sobre a apuração dos grampos ilegais ao ex-secretário chefe da Casa Civil, Paulo Taques. Perri ainda afirmou que o secretário realizou um interrogatório indevido com a delegada Alana Cardoso – que em 2015 conduziu uma operação policial e valeu-se de grampos telefônicos.

Segundo o desembargador, a intenção foi “investigar, por via oblíqua, a participação e a conduta do promotor de Justiça Mauro Zaque de Jesus, ex-Secretário de Segurança e Pública e responsável por trazer à tona o desprezível grupo criminoso formado para implantação de escutas ilegais”, consta na decisão sobre a investigação contra Jarbas.

Zaque foi o responsável por trazer à tona o caso das interceptações ilegais. Ele acusa o governador Pedro Taques (PSDB) de não ter tomado providências, após ser comunicado da existência do suposto esquema. O promotor de Justiça levou a denúncia à Procuradoria Geral da República (PGR), que investiga o envolvimento de Pedro Taques.

A acusação dá conta de que ao menos 80 pessoas teriam sido grampeadas ilegalmente com autorização judicial, por meio da prática denominada “barriga de aluguel” – quando contatos de pessoas não investigadas são inseridos em pedidos de quebra de sigilo.

O governador nega ter conhecimento de qualquer esquema de grampos em sua gestão e enfatiza que nunca pediu que fossem realizadas escutas ilegais. Pedro Taques chegou a fazer uma representação contra Zaque no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), apontando que o ex-secretário fraudou o documento com as denúncias sobre a existência de possíveis escutas ilegais.

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